A pneumonia, segunda principal
causa de morte por doenças pulmonares no Brasil, volta a acender um sinal de
alerta entre famílias, especialmente aquelas com crianças pequenas. A condição,
que afeta diretamente os pulmões e pode levar a complicações graves quando não
tratada corretamente, registra números preocupantes nos últimos anos no país.
Entre 2019 e 2023, o Brasil
contabilizou 933 mil internações infantis por pneumonia, segundo dados
divulgados pela revista CPAQV – Centro de Pesquisas Avançadas em Qualidade de
Vida. O pico ocorreu em 2022, após um período de redução durante a pandemia de
Covid-19. As regiões Sudeste e Nordeste lideraram os registros, somando mais da
metade dos casos.
A faixa etária mais atingida
foi a de 1 a 4 anos, com mais de 467 mil internações. Crianças menores de 1 ano
também aparecem entre os casos mais graves, com risco elevado de complicações e
maior tempo de internação. O país registrou 5.725 mortes infantis no período,
em sua maioria de bebês abaixo de um ano.
Para esclarecer dúvidas e
orientar a população, a Inspirali — ecossistema educacional de escolas médicas
— convidou a pneumonologista Dra. Soraia Bernardo Monteiro Cardoso, professora
da UnP, que respondeu perguntas sobre sintomas, transmissão, prevenção e riscos
da doença.
O que é a pneumonia e como ela age no corpo?
A doença é definida como uma
infecção que atinge os alvéolos pulmonares, espaço onde ocorre a troca de
oxigênio. Quando inflamados e preenchidos por secreção, a respiração fica
comprometida e o paciente pode evoluir para quadros de insuficiência respiratória.
Segundo a especialista, a
pneumonia pode ser adquirida pela inalação de gotículas no ar ou pela aspiração
de secreções das vias aéreas superiores, como em casos associados a sinusite
bacteriana.
Sintomas que exigem atenção:
Os principais sinais são:
- Tosse seca ou com catarro amarelado
- Dor no peito e falta de ar
- Febre persistente
- Fraqueza, sonolência e falta de apetite
A orientação da médica é
procurar atendimento quando:
- os sintomas não melhoram após 48 horas,
- há sinais de confusão mental ou
dificuldade para respirar,
- idosos ou bebês apresentam agravamento
rápido.
Quem corre maior risco?
- Crianças menores de 2 anos
- Idosos
- Pacientes com baixa imunidade
(quimioterapia, diabetes, leucemia, enfisema)
A doença é mais comum no outono
e inverno, quando o ar frio reduz a proteção natural das vias respiratórias
e aumenta o tempo em espaços fechados e com aglomeração.
Há vacinas disponíveis no SUS
A pneumologista reforça que o
Brasil oferece vacinas importantes na rede pública:
- Pneumo 10,
para crianças até 1 ano
- Pneumo 15 e Pneumo 23,
para pessoas com baixa imunidade
- Influenza, Covid, Sarampo e VSR
(gestantes), que ajudam a prevenir quadros graves
respiratórios
Prevenção:
- Manter vacinação em dia
- Evitar aglomerações em períodos de surto
- Uso de máscara em contato com pessoas
doentes
- Lavar as mãos frequentemente
“Sim, pneumonia pode matar. É
a segunda causa de morte por doenças pulmonares no Brasil. Prevenção e
tratamento imediato salvam vidas”, reforça a médica.
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