Centro de Referência da Mulher realiza Seminário sobre racismo e a situação da mulher negra no Brasil




A Secretaria Municipal do Trabalho e Desenvolvimento Social (SMTDS), por meio do Centro de Referência da Mulher (CRM), realizou na manhã desta sexta-feira (30), no auditório do CEJA, o Seminário “O racismo nosso de cada dia e a situação da mulher negra no Brasil” para os profissionais que atuam diretamente nos equipamentos sociais do município do Crato.

O evento, viabilizado através de emenda da Deputada Luiziane Lins, contou com a participação da gestora da SMTDS, Edivania Gonçalves; do defensor público, Dr. Rafael Vilar; da Secretária Adjunta da Educação, Tammy Lacerda; da Coordenadora do CRM, Audilene Fernandes; da representante do Movimento Negras Kariri, Eliane de Lima; de Mara Guedes, Assessora Especial de Políticas para as Mulheres do Governo Municipal; e da palestrante, a Professora Dra. Renata Felinto, do Centro de Artes da Universidade Regional do Cariri (URCA).

O Seminário foi um momento de grande reflexão para as questões que permeiam a violência, principalmente contra a mulher negra. Infelizmente são dados alarmantes, mas invisíveis, conforme apresentou a Dra. Renata. Por essa razão, mesmo dentro do movimento feminista é importante diferenciar a questão. “Quando pensamos no racismo contra as mulheres negras há um cruzamento de opressões”, completa.

Outro panorama discutido durante o seminário foi sobre a presença negra no Estado do Ceará, desconsiderada pela sociedade. No entanto, quando somados negros e pardos (negros mais claros), estamos falando da maioria da população do Ceará. Para ela, “não é uma opção discutir sobre o racismo, mas sim uma necessidade e, principalmente, lutar para que políticas públicas efetivas sejam implementadas para esse público”.

É importante saber que as culturas negra e indígena, por exemplo, estão presentes no dia a dia do caririense há muitos anos. Basta observar a alimentação costumeira da população, como o munguzá e a tapioca, por exemplo. Dentre outros costumes que estão arraigados na sociedade, mas que, devido política de branqueamento que o país sofreu, a sociedade atual não tem a consciência da sua origem negra e a nega.

Para Edivania Gonçalves, o seminário foi um momento ímpar para a discussão da temática. “Esse é o primeiro momento e muito importante para darmos visão a temática. Vamos sair daqui com encaminhamentos de novos momentos como estes e na luta para que as pessoas, ao olharem para outras, não pela cor, mas pelo coração”, comenta a secretária.