Responsável pelo programa Minha casa minha vida , o ministro Gustavo
Canuto (Desenvolvimento Regional), passou a ser alvo de críticas de
parlamentares e já há cobranças para sua saída do ministério.
Lideranças de diferentes partidos na Câmara pressionam pela liberação de
repasses atrasados da construção civil em um prazo de um mês --sob pena de
aumentar as cobranças sobre Canuto.
"Ninguém está pedindo a cabeça do ministro. A gente não quer
cargo no ministério, indicação de ninguém. Nada disso. O que a gente quer é
garantir recursos e os empregos nos nossos estados", disse o líder do PP,
Artur Lira (PI).
Segundo a Cbic (Câmara Brasileira da Indústria e Habitação), há atraso
no repasse de Cerca de 500 milões às
construtoras que participam do programa --o que poderia afetar cerca de 200 mil
trabalhadores em todo país. A organização contabiliza ao menos 60 dias de
atraso na liberação do dinheiro.
Há três semanas, o ministro
Canuto e cerca de 15 líderes de diferentes partidos se reuniram com Rodrigo
Maia (DEM-RJ), na casa do presidente da Câmara. O principal assunto já era a
cobrança de repasse e agilidade na construção das obras --os parlamentares
estão de olho nas entregas de obras para ano que vem, quando há eleições
municipais.
"Oferecemos ajuda para
negociar e brigar com a [pasta] da Economia para conseguir os recursos
prometidos. Se o ministro não quiser brigar pelos recursos da pasta que ele
comanda, a gente vai brigar sozinho", disse Lira.
"A avaliação de líderes ouvidos pelo UOL é
a de que haverá novos impasses com o governo e pressão para saída de Canuto
caso os valores não sejam liberados.
"A impressão que dá é de
ou não sabe administrar o ministério ou só tem apego ao cargo e ao
salário", disse uma liderança, que pediu para não se identificar.
O UOL procurou a
assessoria de imprensa do ministro, mas ainda não conseguiu falar com ele. Caso
a pasta ou o ministro se posicionem, este conteúdo será atualizado.
A líder do governo no
Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), disse que o governo estuda liberar
recursos.
"O ministério da Economia
tem que liberar dinheiro. Estamos nos reunindo com técnicos dos ministérios
para estudar essas possibilidades o mais rápido possível ", afirmou Joice.