O ministro do Supremo Tribunal
Federal (STF) Luís Roberto Barroso determinou, em pleno sábado (10) de
carnaval, que o diretor-geral da Polícia Federal, Fernando Segovia, seja
intimado a prestar esclarecimentos. À agência Reuters, Segovia afirmou que a
tendência é que o inquérito contra o presidente Michel Temer sobre os Portos seja
arquivado.
"Tendo em vista que tal
conduta, se confirmada, é manifestamente imprópria e pode, em tese,
caracterizar infração administrativa e até mesmo penal, determino a intimação
do Senhor Diretor da Polícia Federal, delegado Fernando Segovia, para que
confirme as declarações que foram publicadas, preste os esclarecimentos que lhe
pareçam próprios e se abstenha de novas manifestações a respeito", diz o
despacho de Barroso.
O ministro também pede que o
Ministério Público Federal, como órgão de controle externo das atividades
policiais, também tome as providências "que entender cabíveis".
No despacho, Barroso lembra que o
inquérito contra Temer ainda não foi concluído, que Segovia sinaliza para a
possibilidade de punição ao delegado Cleyber Malta Lopes (que conduz o
inquérito), que diligências ainda estão em curso "razão pela qual não
devem ser objeto de comentários públicos" e que Segovia ainda não recebeu
o relatório do delegado responsável, parecer da Procuradoria-Geral da República
(PGR) ou qualquer manifestação oficial dele, que é o relator do caso na Corte.
Em entrevista, o chefe da PF
afirmou que não foram encontradas, até o momento, provas sobre o pagamento de
propina por parte da empresa Rodrimar para Temer.