Foto: Ilustrativa
Por: Francisco Leopoldo Martins
Filho.
Advogado Membro Efetivo da
Comissão Eleitoral da OAB/CE Membro Consultor da Comissão Especial de Direito
Eleitoral da OAB/Nacional
Se você achava que o maior
show da Expocrato 2025 seria no palco principal, se enganou. O verdadeiro
espetáculo está nos bares, quiosques e estandes. E não é show de forró nem de
sertanejo — é o show de horrores dos preços abusivos.
A galera entra para curtir a
festa e sai precisando refinanciar a casa para pagar uma água com gás. Vamos
aos fatos, ou melhor, aos assaltos legalizados. No supermercado, uma Itaipava
Premium 350 ml sai por R$ 3,79. Já na Expocrato, o mesmo líquido dourado vira
praticamente um ouro engarrafado a R$ 10,00. A Pilsen, coitada, que custa R$
2,50 nos mercadinhos da vida, vira item de luxo a R$ 8,00 no parque. E a versão
sem álcool, que deveria ao menos aliviar o bolso de quem já está sóbrio, também
chega a R$ 8,00 — ou seja, nem para ficar triste com dignidade. Água, aquele
bem básico que brota da serra e deveria ser acessível, também virou artigo de
luxo. Uma garrafinha de 500 ml sem gás, que custa R$ 1,79 no supermercado, está
sendo vendida por R$ 7,00 na Expocrato. Com gás? Também R$ 7,00. Se quiser
economizar, é melhor deixar a sede para depois ou esperar a chuva. O
refrigerante? R$ 2,89 no supermercado. R$ 15,00 na Expocrato. Parece piada, mas
não é: uma lata de refrigerante custa mais que um quilo de arroz. E se você for
daqueles que gostam de uma energia extra, prepare-se: o TNT de 269 ml, que
custa R$ 8,99 no comércio comum, chega a absurdos R$ 15,00 no parque. Isso sim
é energia de alto custo!
Agora, se o cidadão quiser dar
um upgrade e beber um destilado, melhor já vender o celular. O Johnnie Walker
Red Label de 1 litro custa R$ 99,90 no supermercado. Na Expocrato, você precisa
desembolsar módicos R$ 280,00. Old Parr? De R$ 149,90 para R$ 380,00. Vodka
Orloff, aquela que é a queridinha dos universitários, de R$ 27,99 vai para
espantosos R$ 190,00. Isso sem contar o gelo: 3 kg por R$ 15,00, quando no
supermercado custa R$ 8,85. Está diHcil até para afogar as mágoas. E a água de
coco, que deveria ser um alento tropical? De R$ 6,99 vai para R$ 15,00. Ou
seja: nem a natureza escapou da inflação do forró.
É preciso que o Ministério
Público, os gestores da Expocrato e o Poder Público Municipal tomem
providências urgentes para coibir esse verdadeiro escárnio. A festa é do povo,
mas os preços são para magnatas. A sensação é de que o consumidor entra no
parque para se divertir e sai vítima de um “cangaço capitalista” legalizado.
Festa boa é festa com alegria
e preço justo. A Expocrato já é gigante por sua tradição e história — não
precisa inflar o bolso dos comerciantes à custa do suor do povo. Afinal, o que
é caro demais, afasta. E o que afasta o povo, esvazia a alma da festa.
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