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Foto: Reprodução |
Theo Souza estava com a pele
gelada, segundo a mãe, e morreu em Mococa (SP). Polícia Civil informou que vai
apurar o caso e laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias.
O
médico que atendeu o bebê
de 1 ano e seis meses que morreu 40 minutos depois ser liberado da Unidade de
Pronto Atendimento (UPA) de Mococa (SP) mandou a mãe colocar uma blusa
na criança quando ela disse que o filho estava com a pele gelada.
"Ele
ouviu o pulmão, fez raio x e passou um antibiótico. Questionei que o menino
estava gelado e ele disse 'põe blusa no menino que [ele] está com frio', mas
não estava frio", contou Camila Souza.
"Eu implorei pra ele por soro nele [bebê] e o doutor disse 'soro é água e sal', questionei que o menino não estava conseguindo beber água e ele mais uma vez não me ouviu. Pedi que ele desse antibiótico injetável e mais uma vez ele negou", lamentou a mãe.
Camila levou o filho por duas vezes na UPA, uma na sexta-feira (12) e outra no domingo (14). O pequeno Theo Souza morreu 40 minutos após ser liberado, no domingo.
Como
o médico não teve a identidade divulgada, o g1 não conseguiu
localizar a defesa dele para comentar o caso.
A Polícia Civil informou que vai abrir inquérito para apurar o caso. O laudo com a causa da morte deve sair em 30 dias.
"O
caso foi registrado como morte natural na Delegacia de Mococa. A
autoridade aguarda o comparecimento da mãe do menor para esclarecimentos acerca
das circunstâncias da morte da vítima. Detalhes serão preservados por envolver
menor de idade", informou a Secretaria de Segurança Pública.
Em
nota, a Prefeitura de Mococa lamentou a morte e disse que o "atendimento
clínico foi prestado, inclusive com a realização de exame e prescrição de
medicamentos pelos profissionais que atenderam o paciente"
Sexta-feira,
12 de julho: A mãe levou a criança à UPA com dor de garganta. O médico que
fazia plantão neste dia diagnosticou a criança com estomatite e a
medicou;
Sábado,
13 de julho: A criança continuava amuada, mas a mãe optou por não a levar
à UPA já que o médico tinha dito que o caso era viral e que iria melhorar;
Domingo,
14 de julho: Como a criança não se alimentava e estava fraca, a mãe
resolveu levá-la novamente até a UPA. Durante a consulta, ela disse que o
menino tinha sido diagnosticado com estomatite, mas que o menino estava
cansado.
A mãe disse que o médico que o atendeu ouviu o pulmão, pediu um raio x e viu
que a criança estava com secreções no pulmão. Foi receitado um
antibiótico. A mãe questionou o profissional que a criança estava gelada e
disse que ele respondeu que era para colocar blusa no menino que ele
estava com frio.
A mãe contou que pediu para o médico dar soro para a criança, o que foi negado.
Ela também pediu antibiótico injetável, o que também foi negado pelo médico.
Após ser liberada da UPA, enquanto esperava a carona de uma irmã, o menino
morreu.
A mãe voltou para a UPA,
tentaram reanimar a criança, mas o procedimento não teve sucesso. Ela disse
ao g1 que
uma enfermeira foi até ela e passou o que tinha acontecido com o menino.
"Como que o meu filho tem
diagnóstico de estomatite na sexta, no domingo passa por atendimento, e um
médico que não tem a mínima vontade de atender uma criança, uma vida, não dá a
atenção necessária? E meu filho morre após 40 minutos de atendimento",
desabafou.
Camila informou que já
contratou um advogado e estuda um processo. "Eu vou fazer de tudo pra
fazer justiça por você", escreveu em uma postagem nas redes sociais.
Apesar
da criança ter morrido 40 minutos após ter sido liberada da UPA, a prefeitura
alegou que o atendimento clínico foi prestado ao menino. Veja abaixo o
posicionamento completo da administração:
"A
Secretaria de Saúde lamenta o ocorrido, rogando a Deus o conforto aos
familiares. Os fatos ocorridos estão sendo apurados com muita responsabilidade
e respeito à dor dos familiares. O material biológico colhido durante a
necropsia será encaminhado para investigação das possíveis causas da infecção
que resultaram, lamentavelmente, o óbito. O atendimento clínico foi prestado,
inclusive com a realização de exame e prescrição de medicamentos pelos
profissionais que atenderam o paciente. Toda a evolução clínica está
devidamente documentada nos prontuários."
Fonte: G1
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