Filha que compartilhou foto
segurando a mão da mãe na UTI de covid-19, fala pela primeira vez sobre os
últimos minutos com a mãe: "Eu gritava porque não sabia se ela conseguia
ouvir. Foi, então, que uma médica me disse: “Anabel, ela está dizendo que está
pronta para ir"
O dia a dia traz sempre uma
vitória para comemorar, principalmente os que estão saindo ilesos na luta
contra a Covid-19.
Apesar de todos os apelos,
comentários, decretos, parece que muita gente não está dando a mínima importância
que a situação requer. Estamos além de uma guerra, que sorrateiramente está
tirando a vida de muita gente antecipadamente.
Muitas pessoas ainda não
entenderam a gravidade da situação. Será preciso sentir na pele para se dá a
devida importância a este mal que está matando as pessoas indistintamente? Até quando
podemos lhe dar com a falta de consciência de muitos que insiste em aglomerar?
As festas de final de ano retrataram bem isso, praticamente ninguém se importou
com o risco e o resultado foi o crescimento de infectados pela Covid-19.
‘Esta
semana a imagem de uma mãe e sua filha de mãos dadas na UTI, ambas graves devido ao coronavírus,
comoveu o mundo. A filha Anabel Sharma, 48 anos, sobreviveu. Já sua mãe, Maria
Rico, 76, não. Em casa, depois de passar três semanas no hospital, Anabel fez
um depoimento emocionante sobre seus últimos minutos com a mãe na página Humans
of Covid-19, do Facebook, criada pela equipe do NHS, sistema
de saúde pública do Reino Unido, para alertar sobre a doença. Confira:
"Eu
não tinha ideia de que minha mãe morreria até pouco antes de aquela foto ser
tirada no NHS. Parecia um pesadelo quando um médico parou ao lado da minha cama
e disse que ela não tinha muito tempo, alguns dias no máximo. A equipe médica
providenciou para que minha cama fosse colocada do lado da dela para que
pudesse vê-la e conversar. Ela ficava dizendo: "Não quero ser entubada, não quero ser um fardo", e
eu chorava e dizia: "Mãe, você não é um fardo para nós, faremos qualquer
coisa". Ela me disse que já tinha vivido o suficiente e não queria
enfrentar mais nenhum tratamento. Ela não queria ser
entubada e correr o risco de não acordar, ou ficar sem qualidade de vida. Eu
estava tão angustiada que meus níveis de oxigênio caíram perigosamente e eu
tive que ser levada e sedada. Acordei depois do que pareceu cinco minutos, mas
um dia inteiro havia se passado.
Do
lado da minha maca, o médico estava lá novamente para me dizer: "Anabel,
sua mãe está morrendo". Mais uma vez, o meu leito foi transferido para o
lado do dela. A mão dela parecia tão fraca na minha. Eu agarrei a mão
da minha mãe com tanta força e implorava para ela continuar lutando. Eu estava
chorando e lutando para respirar. Eu estava quase gritando porque não sabia se
ela podia me ouvir e eu não conseguia ouvi-la por causa da máscara em meu
rosto. Foi então que uma médica me deu um tapinha na mão e disse: “Anabel, ela
está dizendo que você não está ouvindo o que ela fala. Ela está pronta para
ir".
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