À medida
em que os moradores de Fortaleza e Região Metropolitana continuam pagando a
tarifa de contingência por conta da estiagem, as obras do Cinturão das Águas do
Ceará (CAC), que viabilizariam a chegada da vazão do Rio São Francisco ao Açude
Castanhão, estão paralisadas. Sem repasse de recursos federais e com a
capacidade de investimento do Governo estadual comprometida por razões de
aperto financeiro, o CAC era uma das saídas para amenizar a crise de água.
Operários do lote 3 do trecho
1 do Cinturão já receberam o aviso prévio de desligamento, e as três operações
de crédito do Governo ainda não possibilitaram a conclusão do trecho localizado
no Cariri. "A Secretaria dos Recursos Hídricos (SRH) deve se reunir em
breve com a Secretaria da Fazenda (Sefaz) para discutir o assunto (empréstimos)
e tomar as decisões. Mas podemos adiantar que, em relação à Secretaria de
Recursos Hídricos, a única operação de crédito refere-se à 1ª fase do Programa
Malha D'água que será Banabuiú/Sertão Central", informou a SRH.
Com três trechos e seis
ramais ao todo, as obras do CAC se arrastam desde 2013 e já custaram aos cofres
públicos mais de R$ 1,2 bilhão.
Entretanto,
a Marquise, empresa responsável pelo lote 3 do CAC, informou que parou a obra.
"Todos os equipamentos estão sem operação e os funcionários cumprindo
aviso prévio. A paralisação deve-se exclusivamente à falta de pagamento, o que
infelizmente impede a continuidade das ações do Consórcio". A Marquise
informa que está sem receber os repasses desde janeiro de 2019. "Por conta
disso, a obra - que estava aproximadamente 40% concluída - está paralisada e
cerca de 260 funcionários estão cumprindo aviso prévio, com demissões previstas
para o dia 24 de junho", informou a construtora.