Nestes últimos dias,
ouvi uma das explicações mais lúcidas possíveis sobre a reforma da previdência.
Em entrevista ao Jornal
do Cariri, na Rádio Educadora do Cariri FM 102,1 o Deputado Federal André
Figueiredo – PDT, explicou claramente como a reforma da previdência caso
aprovada deixaria o povo brasileiro.
Lendo os tabloides
cearenses, mais uma vez me deparei com um artigo no site do “O Povo” em que
aborda com muita propriedade a situação do trabalhador brasileiro e sobre a
própria reforma.
“O Brasil segue
ladeira abaixo. Na semana do trabalhador, infelizmente, o brasileiro viu a
desesperança crescer com o aumento do desemprego. Segundo dados do IBGE são já
são 1,2 milhões de desempregados em três meses, totalizando 28,3 milhões de
pessoas sem carteira assinada. Esses números são reflexos da economia anêmica
que vemos se desenvolver no Brasil. Mas, esse cenário pode se tornar ainda mais
preocupante quando falamos em Previdência Social. Quanto maior o desemprego,
menor a arrecadação previdenciária.
O PDT
reafirmou a posição de total rejeição a essa reforma da Previdência por
entender que a mesma não engloba as mudanças que precisam ser feitas. Além de
não acabar com os privilégios que atinge diretamente os trabalhadores de
classes mais baixas, trabalhadores rurais e mulheres, especialmente
professoras. Esse texto aprovado na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ),
com voto contrário do PDT, é um verdadeiro crime contra a Constituição de 1988.
A desconstitucionalização permitirá mudanças na Previdência, por lei
complementar, gerando um permanente clima de insegurança para gerações futuras.
Outro ponto grave é o
tempo mínimo de contribuição, que passa a ser, na prática, de 40 anos. Além da
alteração na idade mínima, a regra de transição aumenta de forma imediata o
tempo mínimo de contribuição para trabalhadores próximos à aposentadoria, que poderão
ter benefícios reduzidos em até 40%. Também não concordamos com o aumento de 15
para 20 anos no tempo mínimo. No Benefício de Prestação Continuada (BPC) os
idosos entre 60 e 69 anos passariam a receber apenas R$ 400. O corte no valor
das pensões por morte também é cruel e pode chegar a 40%, afetando famílias que
dependem desse valor para sobreviver. Já o regime de capitalização propõe
financiamento que recai sobre os ombros do trabalhador, deixando-o à mercê do
mercado.
O Brasil precisa
enfrentar outros debates como reduzir a tributação sobre o consumo, tributar
grandes fortunas e o capital improdutivo. Não podemos esquecer que salários
reduzidos diminuem o consumo, o que é péssimo para a economia. Não podemos
permitir que a desigualdade se aprofunde ainda mais. É o nosso futuro que está
em jogo. Na Comissão Especial da Reforma da Previdência, que inicia seus
trabalhos, batalharei para combater esse modelo cruel apresentado por Jair
Bolsonar”.
André Figueiredo
Fonte : O Povo