O presidente Michel Temer passou por uma cirurgia
de raspagem de próstata na noite desta sexta-feira (27). O procedimento foi
bem-sucedido, de acordo com informações oficiais da Presidência e do Hospital
Sírio-Libanês. O presidente passaria a noite em uma unidade semi-intensiva.
Não há previsão de alta, segundo a equipe médica
que atende o presidente. O procedimento durou duas horas, segundo apurou a
Folha.
Em nota, a Presidência afirmou que o diagnóstico
de Temer foi de "retenção urinária por hiperplasia [aumento] benigna da
próstata]".
A cirurgia é considerada de baixa complexidade,
já que se trata de procedimento corriqueiro em pacientes com esse diagnóstico,
segundo apurou a reportagem.
Temer está sendo acompanhado por equipes
coordenadas pelos médicos Roberto Kalil Filho, Miguel Srougi e Felipe Barroso
Braga, de acordo com o boletim do hospital.
O presidente se internou no Sírio para fazer uma
reavaliação de seu problema urológico e, segundo a Secretaria de Imprensa da
Presidência, dar continuidade ao tratamento a que foi submetido em Brasília na
quarta (25).
Temer sentiu um desconforto na manhã daquele dia,
em que a Câmara votou e barrou
a segunda denúncia contra ele –desta vez por obstrução da Justiça e
organização criminosa– e precisou ir ao hospital. Lá, passou por procedimento
de desobstrução do canal da uretra, no qual foi sedado, segundo a Presidência.
'INTEIRO'
A notícia da internação de Temer gerou tensão
entre aliados e oposicionistas do presidente. Isso porque Temer foi
diagnosticado com obstrução
parcial de artéria coronária nas últimas semanas. O problema urológico,
porém, não guardava relação com isso, segundo os médicos.
O presidente deixou o hospital ainda na noite da
quarta (25). Na saída, disse
estar "inteiro". Duas horas depois, ele publicou em uma rede
social a seguinte mensagem: "Boa noite! Hoje tive um desconforto e fui
submetido a uma série de exames. Estou bem. A orientação médica foi para que eu
fique em repouso pelos próximos dias."
Na quinta (26), o peemedebista despachou com
alguns assessores e cumpriu, com sonda, agenda no Planalto à tarde.
DIAGNÓSTICO
A incidência da hiperplasia
prostática benigna (crescimento da próstata) é de 50% para homens com mais
de 50 anos e chega a 90% aos 80 anos –Temer tem 77. É menos comum que esse
crescimento seja devido a um câncer.
A próstata em um tamanho maior comprime a uretra
e pode levar o paciente a não conseguir urinar. (marina dias e joelmir tavares)