Ruano Carneiro/Getty Images
Apesar de ser quase cinco
vezes menos incidente na população masculina, o anúncio do diagnóstico de
câncer de tireoide no jogador Everton Ribeiro, do Bahia, alerta para
importância da atenção aos sinais e sintomas, bem como para o diagnóstico.
O atleta de futebol Everton
Ribeiro, do Esporte Clube Bahia e com passagens pela seleção brasileira,
anunciou nesta semana que, em decorrência do diagnóstico de câncer de tireoide,
passou por cirurgia e segue em recuperação. Dados da estimativa do Instituto
Nacional de Câncer (INCA) apontam que a doença é quase cinco vezes menos
frequente entre os homens. Para o ano de 2025 a previsão é de 16.660 novos
casos da doença, sendo 2.500 em homens e 14.160 em mulheres.
O câncer de tireoide é um
tumor maligno que se desenvolve na glândula localizada na parte anterior do
pescoço, abaixo do “gogó”. A tireoide é responsável pela produção dos hormônios
que regulam o metabolismo, controlam o gasto energético do corpo e influenciam
funções essenciais, como frequência cardíaca, temperatura corporal e
crescimento. Assim como, qualquer câncer, quando há uma alteração nas células,
elas podem se multiplicar de forma desordenada, formando um nódulo ou tumor.
O cirurgião oncológico Rodrigo
Nascimento Pinheiro, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica
(SBCO) explica que embora a proporção de casos em homens seja menor, ela não
deve ser ignorada, nem mesmo na população jovem e que pratica atividade físicas
de alto impacto, como jogadores de futebol. “Ainda que pequena, a incidência
existe. O câncer de tireoide pode acometer os homens e, por falta de
informação, o diagnóstico precoce é um desafio maior nesse grupo, o que pode
impactar diretamente o tratamento e o prognóstico,” alerta o especialista.
O câncer de tireoide, assim
como vários outros cânceres, é uma doença multifatorial, ou seja, resulta da
combinação de diferentes fatores hormonais, ambientais e hereditários: “Entre
as possíveis causas estão o histórico familiar de doenças da tireoide, a
exposição à radiação, especialmente na infância e alterações genéticas
específicas.
O sintoma mais comum de câncer
de tireoide é a presença de nódulo ou caroço no pescoço, geralmente indolor,
rouquidão persistente, dificuldade para engolir e sensação de pressão na
garganta. “Esses sintomas muitas vezes passam despercebidos ou podem ser confundidos
com outras situações benignas. Quando o paciente notar a persistência desses
sintomas por mais de 15 dias, a avaliação médica se torna indispensável”,
conta. Além disso, para auxiliar no diagnóstico é possível haver a indicação de
exames de imagem, como o ultrassom. Quando identificado em estágios iniciais,
as chances de cura ultrapassam 90%.
Tratamento e prognóstico
O tratamento do câncer de
tireoide é essencialmente a cirurgia com retirada total ou parcial da glândula
tireoide. Se houver comprometimento dos gânglios do pescoço (linfonodos), eles
também devem ser removidos. Outros tratamentos complementares podem ser
indicados a depender do tipo e estágio do tumor, assim como das condições
clínicas de cada paciente. De acordo com a agressividade do tumor e o risco de
retorno ou progressão da doença, pode ser necessário realizar terapia
complementar com iodo radioativo. Em alguns casos, outras formas de tratamento,
como a radioterapia externa, quimioterapia e terapias-alvo, podem ser
associadas. “No entanto, geralmente essas abordagens são reservadas para casos
mais complexos”, finaliza Rodrigo Nascimento.
Sobre a SBCO - Fundada em 31
de maio de 1988, a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO) é uma
entidade sem fins lucrativos, com personalidade jurídica própria, que agrega
cirurgiões oncológicos e outros profissionais envolvidos no cuidado multidisciplinar
ao paciente com câncer. Sua missão é também promover educação médica
continuada, com intercâmbio de conhecimentos, que promovam a prevenção,
detecção precoce e o melhor tratamento possível aos pacientes, fortalecendo e
representando a cirurgia oncológica brasileira. É presidida pelo cirurgião
oncológico Rodrigo Nascimento Pinheiro (2023-2025).
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