Juiz bolsonarista concede prisão domiciliar a assassino de petista

 

Foto: Reprodução


O desembargador bolsonarista Gamaliel Seme Scaff, do Tribunal de Justiça do Paraná (TJPR), concedeu prisão domiciliar ao ex-policial penal Jorge Guaranho, condenado a 20 anos de prisão pelo assassinato do tesoureiro do PT, Marcelo Arruda. A decisão, tomada menos de 24 horas após a condenação, alegou "razões humanitárias", sustentando que Guaranho ainda se recupera dos ferimentos sofridos no dia do crime.

Guaranho invadiu a festa de aniversário de Arruda em 2022, motivado por ódio político, e o executou a tiros. O crime, ocorrido meses antes da eleição presidencial, gerou grande comoção, sendo classificado pelo Ministério Público como um assassinato com motivação política. No entanto, Scaff acatou a argumentação da defesa, que tentou minimizar o caráter ideológico do homicídio.

A decisão de Scaff gerou revolta e protestos, uma vez que ele é conhecido por seu alinhamento com a extrema-direita, sendo apoiador declarado de Bolsonaro e Trump. Em suas redes sociais, o magistrado já fez publicações atacando ateus, exaltando ícones da direita internacional e criticando o presidente Lula. Seu viés político explícito levanta questionamentos sobre a imparcialidade na condução do caso.

A concessão da prisão domiciliar a Guaranho foi amplamente repudiada por lideranças do PT e movimentos progressistas. A presidente do partido, Gleisi Hoffmann, classificou a decisão como um "afronte à justiça" e um "tapa na cara das vítimas da violência política no Brasil". O Ministério Público do Paraná informou que está avaliando as medidas cabíveis para reverter a decisão.

Enquanto isso, Guaranho segue em casa, monitorado por tornozeleira eletrônica, sem cumprir efetivamente a pena determinada pelo júri. O caso reacende o debate sobre a conivência do Judiciário com crimes políticos cometidos por bolsonaristas e a necessidade de reformas para garantir que assassinos não sejam beneficiados por decisões ideológicas.

Fonet: Plantaobrasil

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