Entenda a crise interna do IBGE e o que muda com a criação da Fundação IBGE+

 

Foto: Reprodução

A crise interna provocada pelo descontentamento de servidores com a atual gestão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ganhou novo capítulo, com a publicação de uma nova nota do presidente Marcio Pochmann, que inclui esclarecimentos e documentos acerca de críticas recebidas.

Pochmann já tinha publicado um comunicado no site oficial do órgão na manhã da segunda-feira, 23. Nesta terça-feira, 24, o instituto distribuiu à imprensa uma versão mais detalhada do texto, acrescido de documentos relacionados aos temas mencionados.

No novo texto, a atual gestão informa que o IBGE tem mais de 90% de seu orçamento atual comprometido com o pagamento da folha salarial e benefícios. O órgão teria menos de 5% do orçamento para gastar diretamente com pesquisas. Nesse contexto de orçamento “insuficiente” para despesas discricionárias, o instituto buscou a criação da Fundação IBGE+, argumentou Pochmann.

“Neste sentido, buscou-se, como alternativa, o reconhecimento do IBGE como Instituto de Ciência e Tecnologia (ICT), obtido recentemente junto ao Ministério da Ciência, Tecnologia. Reconhecimento ratificado em parecer da Procuradoria do IBGE e, em seguida, pela Procuradoria Geral Federal, e, como ICT, o Instituto tem a obrigação legal de estabelecer um Núcleo de Inovação Tecnológica e uma Política de Inovação, operacionalizada por uma fundação de apoio”, justificou.

Segundo o comunicado, a Fundação IBGE+ obteve aprovação de todos os órgãos de controle necessários e será fiscalizada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). A Procuradoria Federal ligada ao IBGE foi a responsável por buscar a criação de uma fundação pública de direito privado subordinada ao instituto, “para que o IBGE possa receber recursos adicionais para pesquisa e inovação tecnológica que não fiquem sujeitos às restrições obrigatórias do orçamento federal”.

“A Fundação IBGE+ permitirá o recebimento de recursos para atender a pesquisas ou projetos desenvolvidos com ministérios, bancos públicos e autarquias, antes impossível devido a dependência de ‘orçamento’, e poderá ser operacionalizada por meio dessa fundação de apoio. Nesses atendimentos os recursos absorvidos com a Fundação IBGE+ serão retidos e obrigatoriamente revertidos para o Instituto”, diz o texto.

No domingo, o sindicato nacional dos servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, Assibge-SN, divulgou comunicado em que reconhece a existência de uma “crise interna” e um “considerável risco institucional”, em função de medidas tomadas pela gestão do atual presidente do órgão, Marcio Pochmann.

Fonte: istoédinheiro

Postar um comentário

0 Comentários