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O
projeto de hidrogênio verde no Brasil prioriza o Nordeste pela sua localização
estratégica e abundância de recursos renováveis nessa parte do país.
O
Brasil está muito perto de se tornar um grande fornecedor mundial de
hidrogênio verde, um tipo de energia sustentável que tem grande potencial para
revolucionar a matriz energética global. Devido à abundância de recursos
renováveis na região Nordeste do país, o Brasil consegue se posicionar como um
fornecedor estratégico para o continente europeu, que têm buscado reduzir sua
dependência de combustíveis fósseis, devido à crise oriunda da Guerra na
Ucrânia.
Nordeste
do Brasil é uma verdadeira ‘mina de ouro’ de hidrogênio verde
Sendo um dos elementos mais
comuns encontrados no universo, o hidrogênio verde desempenha diversos papéis
essenciais no dia a dia, desde a fabricação de fertilizantes, até produtos de
limpeza, plásticos e tintas, além de ser encontrado em sua forma mais abundante:
a água.
No entanto, o hidrogênio em
sua forma mais pura possui alto potencial energético, contendo 3 vezes
mais energia do que 1 L de gasolina. Além disso, o hidrogênio verde não libera
substâncias tóxicas ao longo da queima.
Com
a Europa desejando diminuir sua dependência de combustíveis fósseis, a
parceria com o Brasil surge como potencial solução estratégica, já que o nosso
país possui matriz energética composta de 83% de fontes
renováveis. Além disso, há condições climáticas excelentes no Brasil, que
potencializa a geração de energia eólica e solar, abrindo espaço para a geração
de hidrogênio verde.
Projeto
de Hidrogênio Verde no Brasil: Nordeste pode ser peça-chave para o país se
tornar fornecedor mundial
O
Nordeste Brasileiro, por ser uma região que consegue aproveitar bem o sol e os
ventos, vem se destacando cada vez mais como uma grande potência na geração de energia limpa.
Com
aproximadamente 700 parques eólicos construídos somente na região Nordeste,
cerca de 85% da produção nacional de energia eólica se concentra em estados
como Rio Grande do Norte, que é o principal produtor não somente no país, mas
na América Latina. Ceará e Bahia também são grandes destaques no setor de
energias renováveis.
A
localização estratégica dos portos nos estados nordestinos também contribui
para o transporte do hidrogênio, amenizando uma logística que, na maioria das
vezes, é bastante complexa. Por isso, grande parte dos projetos de hidrogênio
verde no Brasil são aplicados na região Nordeste.
A Unigel, considerada uma das mais importantes indústrias
químicas do continente latino-americano, anunciou o investimento de 120 milhões
de dólares em um projeto de produção de hidrogênio verde em Camaçari, na Bahia.
O novo empreendimento, em operação desde o início deste ano, possui capacidade
de mais de 10 mil toneladas de hidrogênio verde por ano.
No
planejamento da Unigel, o empreendimento deverá ser quadruplicado, expandindo
sua capacidade produtiva até o ano de 2025, com mais 1,4 bilhão de dólares
adicionais. Até 2027, a empresa espera se posicionar no mercado como a
idealizadora da maior instalação de hidrogênio verde mundial.
Outros
projetos gigantes no Brasil
Não
há apenas um projeto de hidrogênio verde no Brasil, mas vários projetos
bilionários neste setor. A francesa Engie está planejando investir cerca de 11
bilhões de dólares em projetos no Brasil, sendo os primeiros 4 bilhões só na
fase inicial, com o intuito de construir duas usinas no Complexo Industrial e
Portuário de Suape, localizado em Pernambuco.
Já
a australiana Fortescue irá investir aproximadamente 6 bilhões de dólares na
construção de uma usina de hidrogênio verde no Complexo de Pecém,
no estado do Ceará. A Fortescue planeja alcançar a meta global de produzir 15
milhões de toneladas de hidrogênio verde anualmente até 2030.
O
uso do hidrogênio verde ao redor do mundo
O Brasil não é o único país
com alto potencial na produção de hidrogênio verde, já que este possui
capacidade para revolucionar diversos setores, como por exemplo o setor de
mobilidade. Na Alemanha, vários testes já foram realizados em trens movidos a
hidrogênio, criando uma alternativa sustentável para os trens movidos a diesel.
Em meados de 2020, a Alemanha revelou ao mundo o primeiro caminhão elétrico,
com motor alimentado por células de hidrogênio, considerado um grande avanço
tecnológico.
Apesar dos grandes feitos
realizados, é necessário lembrar que o hidrogênio verde ainda não é uma solução
imediata e absoluta, já que ainda há variados riscos como infraestrutura,
custos e distribuição. Para que o hidrogênio verde venha se tornar uma solução
100% viável, é preciso assegurar que as energias renováveis antecedentes a ele
possam ser expandidas e acessíveis. Sem este significativo avanço, a
consolidação do hidrogênio verde continuará distante.
Por isso, para que o Brasil
consiga se posicionar como um ‘player’ estratégico no mercado mundial de
hidrogênio verde, é necessário que haja o desenvolvimento e aperfeiçoamento da
infraestrutura que temos atualmente no setor de energias renováveis, para que,
futuramente, seja possível expandir as fontes de energia limpa até alcançar o
hidrogênio verde.
Fonte: CPG
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