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A empresa é alvo de cerca de 25 mil ações que acusam o produto para bebês de provocar câncer de ovário.
Escrito
por Diário do Nordeste/AFP
A
gigante farmacêutica norte-americana Johnson & Johnson concordou
em pagar US$ 8,9 bilhões (cerca de R$ 45 bilhões), nessa terça-feira (4),
para encerrar os processos que enfrenta pela comercialização de talco
apontado como cancerígeno. A empresa é alvo de cerca de 25 mil ações que acusam
o produto para bebês de provocar câncer de ovário.
O
conglomerado de saúde declarou que o acordo deve resolver, de forma justa, os
pleitos envolvendo o produto, acusado de conter amianto — minério
reconhecidamente cancerígeno para os humanos.
Além
de pagar a quantia aos requerentes, o dinheiro ainda financia um fundo criado
no tribunal de falências dos Estados Unidos em Trenton, Nova Jersey, para
cobrir reivindicações futuras, disse o empreendimento em um registro de
valores mobiliários, conforme o jornal O Globo.
O
acordo, cujos pagamentos feitos pela subsidiária TL Management poderiam se
estender por 25 anos, deve "encerrar todos os processos atuais e futuros
sobre o talco", assinala o comunicado. Segundo a empresa, mais de 60 mil
demandantes aceitaram a proposta.
Em
agosto de 2022, a Johnson & Johnson anunciou que neste ano deve descontinuar
a produção do pó de bebê à base de talco, trocando a matéria-prima
para amido de milho. Desde 2020, a versão com talco não é comercializada nos
Estados Unidos e no Canadá.
Anteriormente,
ela já havia proposto um acordo de US$ 2 bilhões (mais de R$ 10 bilhões) em
resposta às acusações de que o item cosmético causava cânceres ginecológicos.
TALCO
JOHNSON & JOHNSON É CANCERÍGENO?
Apesar
de está disposta a pagar os R$ 45 bilhões e ter retirado o produto do mercado
em alguns países, a Johnson & Johnson afirma que o talco é seguro e
que o acordo não constitui uma admissão de culpa.
"A
empresa segue acreditando que estas alegações são enganosas e carecem de base
científica", disse um representante jurídico do empreendimento, que tem
sede em Nova Jersey.
Conforme
a CNN Brasil, alguns estudos científicos indicam que o uso de talco
na região genital pode aumentar o risco de desenvolvimento de câncer
de ovário em mulheres.
Em
2018, um tribunal de apelação do Missouri considerou que o grupo "vendeu
conscientemente aos consumidores produtos que contêm amianto", o que gerou
uma forte "angústia física, mental e emocional".
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