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Foto: Reprodução |
O
Museu de Paleontologia Plácido Cidade Nuvens (MPPCN) da Universidade Regional
do Cariri (URCA), em Santana do Cariri, recebeu nesta semana, um importante
material para a coleção permanente e exposição para o público. Trata-se de um
fóssil de pterossauro da espécie Caiuajara dobruskii, encontrado do sítio
fossilífero “Cemitério dos Pterossauros”, que foi doado pelo professor Dr. Luiz
Carlos Weinschultz, coordenador do CENPALEO (Centro Paleontológico da
Universidade do Contestado, Mafra, Santa Catarina). O material doado foi
coletado no ano de 2014 pela equipe do CENPALEO, no município de Cruzeiro do
Oeste, Paraná.
O pterossauro Caiuajara pertence à
família Tapejaridae que também possui representantes fósseis na Bacia do
Araripe, especificamente na Região do Cariri cearense. Os restos fósseis de
Caiuajara são encontrados na Formação Goio-Erê, na cidade de Cruzeiro do Oeste,
estado do Paraná e foram datados do Cenomaniano (Cretáceo Superior), há cerca
de 80 milhões de anos atrás. Diversos fósseis desse pterossauro foram
encontrados em uma camada de ossos denominada de “bone bed” junto com ossos de
dinossauros, sugerindo que deveriam viver em colônias compostas por centenas de
indivíduos.
A doação deste espécime fóssil
representa o início da parceria do MPPCN com o Museu da Terra e da Vida /
Centro Paleontológico da Universidade do Contestado (MTV/CENPALEO), a qual
começou a partir de uma visita do curador do MPPCN, professor Dr. Renan Bantim,
ao CENPALEO na última quinzena.
Em contrapartida, o MPPCN realizou a
doação de fósseis de peixes, plantas e insetos para o CENPALEO. Estes fósseis
serão expostos em uma fileira dedicada à Bacia do Araripe, no Museu da Terra e
da Vida, que atualmente se aproxima da fase final de reforma. Com a ampliação
de 200 m², o Museu da Terra e da Vida contará com um layout moderno e
interativo para os visitantes com uma área de 800 m² no total.
O professor Allysson Pinheiro,
diretor do MPPCN, destaca a importância da parceria institucional dos museus,
afirmando que uma das maneiras de impulsionar os Museus que tratam
especialmente sobre história natural, e em especial Paleontologia, é o
intercâmbio de pesquisadores e a troca de material. “Essas iniciativas
visibilizam os equipamentos e potencializam o alcance das instituições”, disse.
Além da parceria estabelecida entre
os museus, é importante lembrar que em cerimônia pública durante a reabertura
do MPPCN no dia 27 de julho, o professor Allysson Pinheiro anunciou a doação de
fósseis da Bacia do Araripe para a reestruturação do Museu Nacional,
reafirmando a parceria entre as instituições.
Para o Dr. Alexander Kellner, diretor
do Museu Nacional, a doação do exemplar de Caiuajara para o MPPCN é uma maneira
de divulgar a paleontologia nacionalmente. “É muito importante que haja um
intercâmbio de peças de interesse paleontológico entre as instituições
brasileiras, essa troca valoriza não apenas o trabalho local, mas o trabalho
que é realizado pelo país”, relatou. O pesquisador também parabenizou as
instituições pela iniciativa e pelo trabalho que vem sendo realizado para a
preservação do patrimônio paleontológico da região do Araripe.
Fonte: Portal Badalo
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