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| Foto: Arquivo Pessoal |
A Polícia Civil do Ceará (PCCE)
encontrou indícios de que a mãe de Alana Beatriz Nascimento de Oliveira
praticou o crime de favorecimento da prostituição, por agenciar encontros
amorosos da própria filha. A jovem foi morta com um tiro na testa, em
Fortaleza, e o empresário David Brito de Farias é
réu pelo crime de homicídio por dolo eventual (quando se assume o
risco de causar a morte), apesar de alegar que o disparo foi acidental.
A suspeita sobre a mãe de
Alana foi levantada após a extração de dados do aparelho celular da jovem,
realizada pela 10ª Delegacia do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa
(DHPP). O delegado da Especializada enviou as informações para o 15º DP (Cidade
2000), para investigar o caso.
O crime de "favorecimento
da prostituição ou outra forma de exploração sexual" é previsto no artigo
228 do Código Penal Brasileiro (CPB). Se o agente é ascendente, padrasto,
madrasta, irmão, enteado, cônjuge, companheiro, tutor ou curador, preceptor ou
empregador da vítima, ou se assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de
cuidado, proteção ou vigilância, a pena é de reclusão de 3 a 8 anos, segundo o
Código.
Segundo ofício enviado pelo
DHPP, a mãe de Alana "'administrava' e 'agenciava' (conversando com
possíveis clientes) a carreira de acompanhante sexual de sua filha". A
Delegacia Especializada enviou para a Distrital também informações sobre o
Inquérito que apura a morte da jovem, a extração dos dados do celular da mesma
e o depoimento da mãe.
Na extração dos dados, os
investigadores encontraram prints que a mãe enviava a Alana, por um
aplicativo de mensagens, como se quisesse atualizar a filha sobre os clientes,
segundo relatório do DHPP, obtido pelo Diário do Nordeste.
A Polícia Civil do Ceará
confirmou, em nota, que apura os fatos. "Mais detalhes não serão
repassados para resguardar o sigilo das investigações em andamento",
completa a Instituição.
AMIGO CONVIDOU ALANA PARA IR À
CASA DO EMPRESÁRIO
O DHPP também encontrou
conversas, no celular da Alana Beatriz, que mostram que ela foi à casa do
empresário David Brito para assistir a uma live de show de forró a
convite de um amigo, que é funcionário do curso de idiomas o qual David é
sócio-proprietário. O convite surgiu por volta de 19h do dia 20 de março deste
ano, no dia anterior à morte de Alana.
O homem enviou uma foto da
piscina da residência, e Alana se interessou pelo convite. Ela pergunta o
endereço e se pode levar uma amiga, e o funcionário do curso de idiomas
responde que sim e passa o endereço do imóvel, localizado no bairro Luciano
Cavalcante, em Fortaleza.
Ao convidar a amiga, Alana
contou que não conhecia ninguém que estava na casa além do amigo que trabalha
no curso de idiomas. Essa afirmação corrobora a versão da defesa de David de
que ele não conhecia Alana antes; e afasta a tese da família da jovem de que
eles já se conheciam do curso de idiomas.
Tanto o advogado da família de
Alana Beatriz, Daniel Queiroz, como a defesa de David Brito, representada pelo
advogado Leandro Vasques, preferiram não comentar as informações levantadas
pela extração de dados do DHPP.
EMPRESÁRIO É RÉU POR HOMICÍDIO
POR DOLO EVENTUAL
A Justiça Estadual recebeu
a denúncia
do Ministério Público do Ceará (MPCE) contra David Brito de Farias por
homicídio por dolo eventual (quando se assume o risco de causar a morte), que
vitimou Alana Beatriz Nascimento de Oliveira, no dia 26 de abril último. Com
isso, o empresário virou réu pelo crime. Entretanto, o juiz não analisou o
pedido de prisão preventiva para o acusado, feio também pelo MPCE.
Alana Oliveira morreu
após ser baleada dentro da residência do empresário David Brito,
localizada no bairro Luciano Cavalcante, em Fortaleza, no dia 21 de março
de 2021.
Os advogados da família da
vítima, Daniel Queiroz de Souza e Raymundo Nonato da Silva Filho, sustentaram,
durante a investigação, que
não havia indícios de tiro acidental. Outro ponto rebatido pela família da
estudante, acerca da tese apresentada por David, é a informação de que o
empresário não conhecia Alana. Segundo familiares, a jovem era ex-estudante do
curso de idiomas o qual David é sócio-proprietário.
Já o advogado de defesa de
David, Leandro Vasques, afirma que a morte de Alana se tratou de uma
fatalidade, após um tiro acidental: "O tribunal midiático apressa um
veredicto ao investigado, artificializa um pseudo clamor público que não existe
e que difere da mera repercussão de um crime, inflama o cenário, mas confiamos
na serenidade da autoridade judicial que preside o processo e confiamos que não
se contagiará pelo palco armado nas redes sociais. Está claro como a luz solar
que estamos diante de um acidente com a arma. O investigado não possuía razões
para ceifar a vida da jovem Alana. Foi uma lamentável fatalidade".
Fonte: Diário do Nordeste

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