Jarlon Nogueira, CEO da AgregaLog
Sem dúvidas, o principal objetivo de um executivo de logística é a
redução de custos, ainda mais em um cenário ainda mais desafiador como o que
vivemos nos dias atuais. Redesenhar estratégias, economizar com processos
logísticos e "pensar fora da caixa" é mais do que necessário. Mas
infelizmente muitos gestores acabam encontrando pela frente um entrave algumas
vezes desconhecido e silencioso: o próprio time que compõe o departamento de
logística.
Ao consultar a equipe, principalmente sobre o que poderia ser melhorado, a
resposta invariavelmente é que "está tudo bem", que "pouca coisa
pode ser melhorada". E quando perguntado sobre os atuais fornecedores
logísticos, o trabalho é descrito como excelente ou à contento.
No entanto, se o executivo pede dados importantes como os valores detalhados de
gastos com fretes, nível de serviço - seja para conferência ou para abertura de
uma nova concorrência - a resposta demora demais a chegar (isso quando é
passada) ou as informações não parecem ser confiáveis. Estas situações são
reais e encontramos muitas vezes no nosso dia a dia quando buscamos analisar e
fazer um diagnóstico dos custos reais incorridos pelas empresas que nos
procuram.
E por que será que isso acontece? Bom, nessa hora é preciso colocar o
"dedo na ferida" e ter o máximo de transparência e sinceridade com a
equipe. Um dos possíveis motivos é a equipe não estar, realmente, "ao
lado" do gestor nos interesses em redução de custos e melhoria do nível de
serviço, mas em outros interesses a serem defendidos.
O primeiro deles é, sem dúvidas, o receio de perder o trabalho. Ao expor
informações que parecem ruins para a empresa, o colaborador tem medo de ser
dispensado por aparentar mal desempenho ou negligência - só que muitas vezes a
‘culpa’ nem é do time, mas sim por um contrato que não foi bem negociado, ou um
fornecedor que tem ligações com pessoas de dentro da empresa. Quem nunca viu
isso acontecer?
Outro motivo, dessa vez bem delicado, é que infelizmente uma prática
absolutamente imoral, mas que ainda persiste no mercado é de que alguns
fornecedores ‘recompensam’ alguns integrantes do time pela continuação do
contrato sem o conhecimento dos gestores. É claro que essas pessoas não terão
nenhum interesse em tirar o parceiro para não perderem o "incentivo".
O comodismo também é algo a ser levado em conta. Para que mudar se a
transportadora atual teoricamente atende às expectativas?
Os exemplos mostrados acima são reais e, querendo ou não, só prejudicam a
rentabilidade da empresa. Imagine que uma nova empresa, com uma solução
inovadora, se apresente na empresa e precise analisar os custos de logística
para demonstrar detalhadamente quanto dinheiro está na mesa, e que o seu
serviço é capaz de reduzir estes custos sem nenhum tipo de risco. Ao receber
dados errados, ‘puxados artificialmente para baixo’, a economia diagnostica
poderá será bem menor que a realidade e, como resultado, a oportunidade pode
ser ignorada.
Quem perde, com certeza, é a própria empresa!
É nessa hora que o executivo de logística precisa trazer todo o departamento
para o seu lado. E a maneira mais efetiva é saber que resistências poderão
existir, e gerenciar de forma transparente com a equipe e com o potencial novo
parceiro.
Explicar a realidade da empresa, a importância de enxugar os custos. E que o
objetivo real não é demitir, mas sim trazer inovação, papel que uma
transportadora digital que opera com baixíssimos custos, cumpre muito melhor
que uma transportadora tradicional.
Claro que mudar não é simples. O ser humano acaba se acomodando e às vezes
respondendo mal às transformações, só que os benefícios serão muito maiores do
que manter o paradigma utilizado anos a fio.
E como inovação faz parte do corebusiness de transportadoras digitais, estão
disponíveis plataformas em tempo real onde é possível ter uma visão completa da
operação, desde a oferta e contratação do frete à entrega da carga.
A utilização de processos digitais melhora o dia a dia de toda a equipe de
logística, que terá muito mais facilidade para gerenciar as operações,
mitigando riscos e reduzindo efetivamente os custos de transporte!
Ou seja: ao invés de atrapalhar, o novo parceiro irá melhorar a rentabilidade e
o nível de serviço! Os envolvidos conseguirão desempenhar funções mais
estratégicas, deixando no passado as dores de cabeça principalmente com a
gestão dos fretes.
Os gestores não podem deixar que pessoas sejam o entrave para o crescimento. Ao
trazê-las para o seu lado os processos serão, inclusive, mais transparentes. E
quem vai ganhar, no final, é a própria empresa.
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