O MJSP
(Ministério da Justiça e Segurança Pública), comandado pelo ministro Sergio
Moro, trabalha em um projeto de lei que prevê a criação de uma
"superagência" destinada a administrar os bens apreendidos em ações
de combate ao crime. A princípio, ela ficaria subordinada a seu ministério.
A proposta deverá ficar pronta nos próximos dois
meses e ainda precisa ser avaliada por Moro e pela Casa Civil para ser
encaminhada ao Congresso Nacional. Os dados mais recentes do Ministério da
Justiça, referentes a 2014, indicavam que havia pelo menos R$ 1,6 bilhão em
bens apreendidos à espera de uma destinação.
A
legislação brasileira já prevê que bens apreendidos em ações de combate a
crimes como o tráfico de drogas e a lavagem de dinheiro podem ser leiloados e
os recursos arrecadados repassados aos cofres públicos.
Segundo o governo, apesar de a lei prever a
alienação antecipada, o Judiciário não tem tido estrutura para fazer a gestão
desses bens em tempo hábil. Mesmo depois de alienado pela Justiça, um carro
apreendido com um traficante, por exemplo, precisa de uma autorização do
judicial para ir a leilão.
O projeto da "superagência" vem sendo
supervisionado pelo secretário-nacional antidrogas, Luiz Roberto Beggiora.
Segundo ele, a ideia é que ela centralize a gestão desses bens depois que a
Justiça determine a perda definitiva do bem ou após a sua alienação antecipada.
Beggiora diz que isso desafogaria o Judiciário e
poderia aumentar o valor arrecadado com esses bens.
"O Judiciário tem muitas atribuições e a
gente verifica que, muitas vezes, o tempo entre a alienação e o leilão é tão
grande que, quando o bem é vendido, ele já está bastante deteriorado. Quem
perde é o governo, que acaba arrecadando menos", diz Beggiora.
Fonte: Bol.com.br