O
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado e preso pela Operação Lava
Jato, escreveu uma carta ao PT na qual afirma que o partido pode ficar à
vontade para tomar “qualquer decisão” sobre a eleição deste ano.
A mensagem foi lida ontem por Gleisi no Diretório
Nacional da legenda, que foi transferido para Curitiba após o encarceramento do
ex-presidente na Superintendência da Polícia Federal - Lula está preso desde o
dia 7.“(Queria que vocês) ficassem totalmente à vontade para tomar qualquer
decisão.
O ano de 2018 é muito importante para o PT, para a esquerda, para a
democracia e, para mim, eu quero a minha liberdade”, leu a senadora e
presidente da sigla.No mesmo diretório, no entanto, a resolução aprovada pelo PT
formalizou a candidatura de Lula à Presidência e decidiu dar início à
pré-campanha eleitoral mesmo com o petista preso. Entre as providências
aprovadas pela cúpula do partido estão: “Convocar para 28 de julho o Encontro
Nacional do PT que indicará formalmente Lula candidato a presidente; registrar
a candidatura na Justiça Eleitoral em 15 de agosto, conforme determina a
legislação; apresentar ao País, nas próximas semanas, as diretrizes do programa
de governo Lula”.
Na carta endereçada a Gleisi, Lula escreveu que
existem insinuações de que, se ele não for candidato à Presidência e ficar
“longe dos holofotes”, seria mais fácil assegurar uma decisão favorável a ele
no Supremo Tribunal Federal (STF). “Querida Gleisi, a Suprema Corte não tem que
me absolver porque sou candidato, porque vou ficar bonzinho, ela tem que votar
porque sou inocente e também para recuperar o papel constitucional que é ser
garantia do comportamento da constituição”, seguiu Lula.
O petista, porém, terminou o texto lembrando seu
desempenho na última pesquisa de intenção de voto - realizada após sua prisão.
“Fiquei feliz com a pesquisa (Datafolha) e preciso discutir com os nossos para
ver como fortalecer a ideia da prova. Vou conversar com advogados para falarem
com você. A luta continua. Até a vitória final. Beijos do seu amigo e
companheiro Lula”, despediu-se o petista no texto enviado a Gleisi.
A carta não foi divulgada na íntegra, porém um
vídeo com parte da leitura do documento foi divulgado na página do ex-ministro
Alexandre Padilha (PT) no Facebook. Os petistas querem deflagrar a pré-campanha
de Lula com ações de comunicação nas ruas, nas redes sociais e na imprensa.
No texto enviado à presidente nacional da sigla,
senadora Gleisi Hoffmann (PR), Lula também afirmou que quer a sua liberdade e
que ficou feliz com o resultado da última pesquisa Datafolha, divulgada na
semana passada, na qual aparece com até 31% das intenções de voto em um dos
três cenários em que seu nome foi testado.