Todas as atenções dos deputados estaduais
cearenses estão voltadas para as eleições de outubro próximo. Os poucos
participantes das sessões ordinárias da Casa têm suas ações voltadas para o
eleitorado do Interior, priorizando as questões municipais ou temas
relacionados a interesses localizados. As votações das matérias, principalmente
as do interesse do Governo, só acontecem após grande mobilização da liderança
da base aliada.
A penúltima semana da janela partidária, período
em que é permitida a troca de partido ou filiações dos que querem disputar um
mandato em outubro próximo, tem toda a movimentação política acompanhada com
atenção pelos parlamentares, pois do final desse processo de troca de partidos
sairão as definições para formação das coligações partidárias, uma grande
incógnita para muitos dos atuais candidatos à cargo proporcional.
Segundo a legislação eleitoral, este ano será o
último em que os partidos poderão fazer coligações na eleição proporcional. A
partir das eleições municipais de 2020 só poderão ocorrer coligações na disputa
majoritária, de prefeito, e no pleito seguinte de governador, senador e
presidente da República. As coligações proporcionais, em muitos casos, ajudam
aos candidatos com menor quantidade de votos, às vezes prejudicando uns que
obtiveram mais número de votos, mas não conseguiram o quociente eleitoral.
Além da questão relacionada às novas filiações,
parte dos deputados estaduais está preocupada com o desempenho de alguns
candidatos estreantes, principalmente os que estão no exercício de cargos
comissionados, tanto no Estado quanto nos municípios, embora eles tenham que
deixar seus empregos até o dia 7 de abril, seis meses antes do dia da votação,
para efeito de desincompatibilização definida pela legislação eleitoral.
Em razão do trabalho desses candidatos que estão
em função de destaque nos executivos estadual e municipais, algumas
advertências já foram feitas aos representantes do Ministério Público
eleitoral, sobre a possibilidade desses candidatos estarem fazendo uso do poder
político, prática considerada como crime pela legislação atual.
Votações
A pauta de votação da Assembleia também atende
aos interesses políticos dos parlamentares. Nesta época, nenhum deputado quer
votar matéria polêmica, para evitar desgastes, notadamente com os servidores
públicos, como é o caso da proposta do Governo do Estado, há alguns dias
tramitando na
Assembleia, cuidando de mudanças no Sistema Previdenciário
estadual.
Antes do pacote sobre a Previdência do Estado,
havia chegado à Assembleia matéria de interesse do Poder Judiciário que só
deverá ser votada após a eleição de outubro próximo. Após o recesso do mês de
julho, por conta do interesse de cada um dos deputados na busca de voto, as
sessões serão reduzidas. Tudo que for considerado polêmico só será discutido a
partir do início de novembro.
O recesso branco do segundo semestre também pode
servir para reduzir os espaços da oposição que, em épocas de eleição, sempre
aproveita esse momento para ganhar mais espaço com suas críticas ao Governo,
aproveitando as falhas da administração. Neste ano, o centro das críticas será
a questão da Segurança, principalmente após os vários incidentes registrados em
vários pontos do Estado, deixando fragilizada a administração.
Fonte: DN