Hábitos saudáveis, a solução de problemas de
saneamento e a adoção de medidas preventivas poderiam evitar um terço dos casos
gerais
Estudo divulgado pelo Instituto Nacional do
Câncer (Inca), na última sexta-feira (2), estima que o Ceará
poderá registrar 22.750 novos casos de câncer em 2018.
Conforme os dados, excetuando-se o câncer de pele não melanoma - considerado um
tumor menos letal que a média -, os tipos de câncer mais frequentes serão os de
próstata (2.730) em homens e mama (2.200) em
mulheres.
Além dos tipos citados, completam a lista dos
cinco tipos de câncer mais incidentes, independente do sexo: estômago (1.350);
traqueia, brônquio e pulmão (1.140); colo do útero (990); cólon e reto (940); e
glândula tireóide (610). No Estado, o câncer de pele não melanoma deve ser o
mais frequente, com 3.130 dos 22.750 novos casos estimados.
Para chegar aos resultados, o Inca multiplicou a
taxa observada de mortalidade da região pela razão entre os valores de
incidência e mortalidade da localidade onde existam Registros de Câncer de Base
Populacional (RCBP).
Prevenção
Segundo a diretora-geral do Inca, Ana Cristina
Pinho Mendes, hábitos saudáveis, a solução de problemas de
saneamento e a adoção de medidas preventivas poderiam evitar um terço dos casos
gerais. Ele afirma que cerca de 30% dos casos são considerados evitáveis.
"A redução do tabagismo diminuiu de maneira
estatisticamente significativa a incidência de câncer de pulmão e de outros
tipos de câncer. O tabagismo está relacionado a 16 tipos", afirmou.
Outro fator de risco, destaca, é a obesidade,
que está relacionada ao câncer de intestino, o terceiro mais frequente entre as
mulheres e o quarto mais frequente entre os homens. O consumo excessivo
de álcool é outro comportamento que deve ser evitado.
Além dos tipos de câncer que podem ter sua
incidência reduzida por hábitos saudáveis, há também aqueles que dependem do
avanço de políticas públicas, como a ampliação do saneamento básico
nas regiões Norte e Nordeste, onde o câncer de estômago ainda tem uma
incidência destacada.
Mamografia
A prevenção, que inclui idas regulares ao médico
e a realização periódica de exames, é a maior aliada nos cuidados com a saúde.
Entre os motivos que levam as mulheres a adiar ou até mesmo a não fazer
mamografia está o medo do exame e da possibilidade de um possível diagnóstico
positivo para câncer de mama.
“A mamografia é o único procedimento que detecta
sinais precoces de alguma possível alteração na mama. É o principal exame para
um possível diagnóstico. As chances de cura de uma mulher que faz esse exame
sistematicamente aumenta em quase 90%”, tranquiliza o médico mastologista
Olívio Costa.
Quanto mais tardia a investigação, maiores as
chances de complicações. “O diagnóstico precoce faz muita
diferença no tratamento do câncer de mama”, complementa o mastologista.
Recomendação
Além do câncer de mama, a mamografia também
auxilia no diagnóstico de cistos (alterações inofensivas do tecido mamário),
nódulos (formações sólidas que costumam ser benignas) e calcificações
(depósitos de cálcio que, em geral, não indicam perigo). O Ministério da Saúde
recomenda que toda mulher entre 50 e 69 anos faça o exame uma vez por ano.