O grupo preso por articulação de
esquema de fraude no concurso para agente
penitenciário do Ceará, no último domingo (1º), já estaria planejando
atuar no concurso do Detran, segundo a Secretaria de Segurança Pública e Defesa
Social (SSPDS). As 22 pessoas foram presas e, junto delas,
foram apreendidos diversos pontos eletrônicos, anotações
referentes a negócios ilícitos, uma arma de fogo e munições.
A operação, intitulada "Boa Fé",
se iniciou há cerca de um mês através da Delegacia de Repressão às Ações
Criminosas organizadas (Draco). De início, de acordo com o delegado Harley
Alencar, as informações preliminares eram sobre um grupo que atuava em
concursos municipais e estaduais realizados em território cearense. Entretanto,
com o desdobramento das investigações, foi descoberto um segundo grupo, no qual
pessoas de outros estados também estariam concorrendo a certames feitos aqui no
Ceará.
Durante o concurso para agente penitenciário,
três homens foram presos e apontados como gerenciadores do
grupo e, além disso, 19 candidatos tiveram a tentativa de fraude frustrada.
"Com essas prisões, nós conseguimos evitar que pessoas mal intencionadas
assumissem um cargo tão importante", afirmou Harley Alencar.
Esquema
O Policial Militar Glaudemir Ribeiro do
Nascimento, 35 anos, o PM Albanir Almeida Vasconcelos, de 32, e o guarda
municipal de Fortaleza Aurélio Moraes da Silva foram apontados como os chefes
do esquema. Ainda segundo a SSPDS, Glaudemir faria a prova e repassaria as
respostas via mensagens para Aurélio e os outros envolvidos. Após a passagem
das informações, os pontos eletrônicos seriam ligados para contar as respostas
aos candidatos. Após a aprovação no concurso, quando assumisse a vaga, a
pessoa deveria pagar dez vezes o valor do salário ao grupo. Mesmo assim, uma
quantia deveria ser antecipada a Glaudemir antes do certame.
Todos candidatos que
participaram do esquema foram liberados após o pagamento da fiança, que custou
R$ 5 mil a cada um, mas seguem respondendo ao processo.