O Ceará será palco de mais uma
inovação relacionada a combustíveis renováveis. Depois do biogás, agora é a vez
de uma planta piloto de produção de uma espécie de bioquerosene de aviação ser
instalada no Estado. O projeto prevê que toda a cadeia de produção do
combustível seja renovável, utilizando matéria-prima e energia de fontes
alternativas.
O
secretário executivo de comércio, serviço e inovação da Secretaria do
Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Ceará (Sedet), Julio Cavalcante,
explica que a alternativa menos poluente seria produzida a partir do gás
hidrogênio, que pode ser obtido após do tratamento do biogás. O projeto ainda
está em fase de pesquisa e deverá ser desenvolvido nos próximos três anos.
Apesar disso, o presidente da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), Hugo
Figueiredo, revela que em um ano já pode ser possível chegar a um resultado
final da fórmula do combustível.
À
companhia interessa acompanhar o projeto, uma vez que a ela pode ser
fornecedora de matéria-prima para o combustível. “Nesse projeto, nós temos
interesse de fornecer o biogás e no usuário dessa refinaria. Os clientes da
Cegás podem se tornar usuários dela. No futuro, pode ser bom, porque além de
injetar na nossa rede de distribuição o gás convencional e o gás natural, que
nós já fazemos, podemos injetar também essa mistura de hidrogênio”, afirma
Figueiredo.
Ele
ainda ressalta que o CO2 também pode ser utilizado no processo, produto que
também está entre os componentes manuseados pela Cegás. “É uma boa
oportunidade, porque sempre que você utiliza um subproduto no processo que não
estava sendo aproveitado, você ganha eficiência e ajuda a composição dos
preços”, ressalta.
Parceria com Alemanha
O
presidente da Cegás ainda revela que a iniciativa é do Governo da Alemanha em
parceria com a empresa Fraport – concessionária do Aeroporto de Fortaleza – e o
Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC). “A Fraport
vai ceder uma pequena área do próprio aeroporto para se instalado essa usina,
que, dando certo, poderá ser expandida para outros aeroportos”, afirma.
A
Fraport confirmou que “irá ceder o espaço, mas trata-se somente de um
experimento. Se der certo, a planta será construída em outro local”.
Julio
Cavalcante ressalta que, por a Fraport ser uma empresa alemã e o Ceará ser um
dos estados com boa participação na geração de energia renovável, o Estado foi
escolhido como o melhor local para o projeto ser desenvolvido. “Um dos
diferenciais desse projeto é que ele será uma planta móvel, podendo ser
transportada para outros aeroportos com dificuldade de abastecimento, como os
regionais”, aponta.
Fonte: Site Miséria