O PT terá de rever, para as eleições de 2018, a proibição de alianças com os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff, no ano passado, afirmou o presidente do PT paulista, Luiz Marinho, um dos mais próximos ao ex-presidente Lula, e alçado ao posto de pré-candidato ao governo de São Paulo. O "flerte" entre o partido e as legendas rotuladas de "golpistas" já avança no País.
Partido de Michel Temer, o PMDB vai buscar
alianças com o PT em pelo menos oito Estados nas campanhas para governador. Os
dois partidos eram aliados no governo Dilma, mas tomaram caminhos opostos
durante o impeachment da petista.
A reaproximação faz parte da estratégia dos
peemedebistas para tentar manter as maiores bancadas na Câmara dos Deputados e
no Senado Federal na próxima legislatura, que vai até 2022. Presidente nacional
do PMDB, o senador Romero Jucá (RR) disse que as alianças regionais poderão ser
feitas com qualquer legenda. "Não há nenhum tipo de proibição",
afirmou.
"Cada Estado tem uma realidade
diferente", disse.
Presidente do Senado e tesoureiro da sigla,
Eunício Oliveira (CE) é um dos que podem se aliar a uma chapa petista para
tentar se reeleger. O peemedebista deve fechar aliança com o governador Camilo
Santana (PT) no Ceará. "O PMDB é plural", disse Eunício. "Não
tem essa história de não poder fazer aliança com A ou com B".
Além do Ceará, há negociações entre PMDB e PT em
Estados como Minas Gerais, Paraná, Alagoas, Piauí, Sergipe, Tocantins e Goiás.
No Paraná, o senador Roberto Requião (PMDB) deve apoiar um candidato do PT ao
governo. Em troca, teria apoio para garantir a reeleição.
Alagoas
Na última terça (31), um ano depois de romper com
o governador Renan Filho (PMDB) após o impeachment de Dilma, o PT de Alagoas
aprovou em reunião da sua executiva o retorno à base aliada e ao governo do
peemedebista. A aliança foi selada com as bênçãos de Lula, que nos últimos
meses se reaproximou do senador Renan Calheiros (PMDB), pai do governador.
Presidente do PT alagoano, Ricardo Barbosa disse
que a decisão foi tomada por motivos "de ordem política e
estratégica".
"Temos observado um afastamento de
importantes lideranças do governo de Temer e dos golpistas. O senador Renan
Calheiros fez um movimento nesse sentido, o que abriu a possibilidade de uma
reaproximação".
A decisão foi precedida de uma reunião com Lula
em São Paulo há cerca de um mês. "Ele sinalizou que via com simpatia a
ideia (de retorno ao governo Renan Filho) e decidimos acelerar este
debate", diz Barbosa.
O movimento já vinha sendo gestado desde agosto,
quando Lula passou por Alagoas em sua caravana pelo Nordeste e trocou afagos
com Renan Calheiros.
Fonte DN