Desembargador Macário Judice Neto, preso em operação da Polícia Federal na manhã desta terça-feira (16) — Foto: Reprodução/ TV Globo
Octavio Guedes G1
A Polícia Federal tem indícios
de que o desembargador Macário Judice Neto, preso nesta terça-feira (16) na
segunda etapa da Operação Unha e Carne, da Polícia Federal (PF), ajudou a vazar
a operação contra o então deputado estadual TH Joias (MDB), suspeito de ligação
com o Comando Vermelho.
Uma fonte da PF ouvida pelo
blog diz que Macário estava com o então presidente da Assembleia legislativa do
Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), quando esse ligou para
TH Joias para avisá-lo da operação.
Bacellar e Macário estavam em
um restaurante no momento.
Além desse indício, a PF
encontrou, ainda, no celular de Bacellar, trocas de mensagens entre o então
presidente da Alerj e o desembargador, que embasaram a operação.
O desembargador é o relator no
TRF-2 no caso do TH Joias.
Este novo desdobramento das
investigações da PF, é resultado das informações obtidas pelos agentes a partir
da apreensão e análise do conteúdo do celular de Rodrigo Bacellar.
Enquanto ainda era presidente
da Alerj, Bacellar foi preso em 3 dezembro, suspeito de ter vazado informações
sigilosas da Operação Zargun, a que prendeu o então deputado estadual TH Joias
no início de setembro. Ele foi preso por tráfico, corrupção e lavagem de
dinheiro.
O ex-parlamentar do MDB também
é investigado por supostamente negociar armas com o Comando Vermelho (CV).
Como o blog mostrou no início
de dezembro, Bacellar havia se recusado a dar a senha do seu celular para os
agentes que estavam na superintendência da PF, mas mesmo com a recusa, foi
possível acessar o conteúdo do aparelho.
Prisão e afastamento de
Bacellar
Bacellar foi preso em 3 de
dezembro, dentro da superintendência da PF no Rio de Janeiro (RJ), após ser
chamado para uma reunião. Durante a operação, a PF apreendeu R$ 90 mil no carro
do deputado.
No dia 8 de dezembro,
parlamentares da Alerj votaram no plenário pela soltura do então presidente da
Assembleia. Naquele dia, Foram 42 votos "sim", para revogar a prisão
de Bacellar, e 21 votos "não".
No dia 9 de dezembro, o
ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, revogou a
prisão de Bacellar e determinou a substituição da detenção por medidas
cautelares.
Entre as medidas estava o uso
de tornozeleira eletrônica, que já havia sido colocada no parlamentar ainda na
Superintendência da PF por agentes da Secretaria de Administração Penitenciária
(Seap), que também realizaram exame de corpo de delito.
Um dia após ir para casa com a
tornozeleira, Bacellar se licenciou do cargo na Alerj no dia 10 de dezembro.
Ele protocolou um ofício solicitando licença de 10 dias (10 a 19 de dezembro)
para tratar de assuntos de caráter particular.
Postar um comentário