O ex-presidente Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão — Foto: Pablo Porciuncula/AFP
Perícia médica concluiu que
Bolsonaro tem hérnia inguinal bilateral, um problema que afeta os dois lados da
região da virilha, precisando de intervenção cirúrgica.
O ex-presidente Jair Bolsonaro
(PL) foi internado nesta quarta-feira (24) no hospital DF Star, em Brasília,
após autorização do ministro Alexandre de Moraes para deixar a sede da Polícia
Federal, onde está preso. Ele passará por uma cirurgia para tratar uma hérnia
na quinta-feira (25).
Bolsonaro deixou a sede da PF
por volta das 9h30, depois de embarcar em uma viatura da polícia pela garagem.
O trajeto até o hospital dura em torno de cinco minutos.
Esta é a primeira vez que
Bolsonaro deixa a unidade prisional, 32 dias após ser preso preventivamente por
tentar violar a tornozeleira eletrônica e, posteriormente, começar a cumprir a
pena de forma definitiva.
O ex-presidente de 70 anos foi
admitido na unidade hospitalar nesta manhã, para iniciar os procedimentos
pré-operatórios. A cirurgia eletiva de hérnia inguinal bilateral está marcada
para o dia de Natal, e será a oitava cirurgia do ex-presidente.
🔎A hérnia inguinal (também chamada hérnia
na virilha) acontece quando os tecidos do interior do abdômen saem por um ponto
fraco da parede muscular abdominal formando uma espécie de abaulamento no
local. Quando isso ocorre dos dois lados, ela é chamada de bilateral.
Bolsonaro será acompanhado
pela ex-primeira dama, Michelle. Os filhos Flávio e Carlos Bolsonaro também
pediram para ser acompanhantes do pai durante o procedimento, mas o pedido foi
negado pelo ministro Moraes. Caso queiram fazer uma visita, eles precisarão
pedir autorização prévia.
Na decisão que autorizou o
procedimento, Moraes detalhou as medidas de segurança e estabeleceu que a
transferência de Bolsonaro para o hospital deverá ser realizada "de
maneira discreta, e o desembarque deverá ser feito nas garagens do hospital".
Bolsonaro ficará em uma área
do hospital isolada dos demais pacientes. Ele deve passar pelos procedimentos
para avaliar o risco cirúrgico nesta tarde – exames de sangue e de
monitoramento cardíaco.
Moraes também determinou que:
A PF deve providenciar
"completa vigilância e segurança do custodiado durante sua estadia, bem
como do hospital, mantendo equipes de prontidão.
Também precisará garantir a
segurança e fiscalização 24 horas por dia, mantendo, no mínimo, dois policiais
federais na porta do quarto do hospital, bem como as equipes que entender
necessárias dentro e fora do hospital.
Também está proibida a entrada
de computadores e telefones celulares no quarto onde ficará Bolsonaro — exceto
os equipamentos médicos.
A previsão é que ex-presidente
permaneça internado para acompanhamento após o procedimento por cerca de cinco
a sete dias, de acordo com a equipe médica.
Entenda o quadro
Bolsonaro passou por uma
perícia médica, há cerca de uma semana, realizada pelo Instituto Nacional de
Criminalística da Polícia Federal, que concluiu que o ex-presidente tem hérnia
inguinal bilateral – um problema que afeta os dois lados da região da virilha –
e precisaria de intervenção cirúrgica.
O problema de saúde pode
causar inchaço, dor ou desconforto, especialmente ao fazer esforço, tossir ou
ficar muito tempo em pé — embora às vezes seja assintomático.
Apesar do quadro, os peritos
afirmaram que não há indicação de necessidade de realização da cirurgia em
urgência ou emergência. Portanto, o procedimento é de caráter eletivo, para
melhorar a qualidade de vida do paciente.
A cirurgia para tratar o
quadro é chamada de herniorrafia inguinal. É considerado um procedimento
cirúrgico seguro e de baixo risco, com recuperação geralmente rápida,
especialmente quando realizado com técnicas modernas. Em geral, costuma durar
cerca de três horas.
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