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José Guimarães dá o tom na política do PT em entrevista concedida a Podcast “As Cunhãs”

 


 

Em meio a reveses recentes no Congresso, o governo federal inicia uma significativa reorganização de sua base de apoio, com mudanças em cargos estratégicos e a definição de uma nova tônica política, conforme revelado pelo líder do governo na Câmara, deputado José Guimarães (PT-CE), em entrevista de grande repercussão.

 

"Mexer no Vespeiro": A Ordem para a Reação

 

Em declarações contundentes, Guimarães relatou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu uma ordem direta à ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann: “Gleisi, você agilize, viu, e mexa no vespeiro aí da Caixa Econômica para começar” .

 

A execução dessa determinação já começou. Gleisi Hoffmann, conforme descrita pelo líder, “vai meter a faca” em cargos ocupados por indicados de partidos do Centrão que deixaram de apoiar o governo em votações cruciais. Dois nomes ligados ao PP, partido do presidente da Câmara, Arthur Lira, já foram exonerados da vice-presidência de Sustentabilidade e Cidadania Digital e de um cargo de consultoria na Caixa. A medida é uma resposta direta à derrota da Medida Provisória que tratava da taxação de apostas e super-ricos, que causou um rombo estimado em R$ 35 bilhões nas contas públicas.

 

O banco público tornou-se o epicentro inicial dessa reestruturação. De acordo com José Guimarães, as nove vice-presidências e as superintendências estaduais da Caixa são ocupadas por indicações políticas, com cargos distribuídos entre partidos como PL, Republicanos, PDT e Podemos . O próprio presidente do banco, Carlos Vieira, foi uma indicação de Arthur Lira .

 

A intervenção na estatal simboliza uma mudança de postura do Planalto. O governo sinaliza que não mais tolerará a ocupação de cargos de poder por partidos que, mesmo integrando a base, votam contra projetos-chave do Executivo .

 

 

Paralelamente ao ajuste na base aliada, o líder do governo esboçou a estratégia política do Palácio do Planalto para o próximo ano. Guimarães defendeu que, a partir de agora, o governo adote o “modo eleição 2026” .

 

Isso se traduzirá em um número reduzido de projetos enviados ao Congresso Nacional. “O governo, na minha opinião, não tem que inventar muita coisa para ir ao Congresso; pouca coisa para não ter problema. Votar o orçamento, três projetos importantes, e ligar o modo eleições 2026”, avaliou o deputado . O objetivo central do PT, em conjunto com aliados como MDB e PSD, é eleger a maioria dos senadores, assegurando uma base sólida no Senado Federal .

 

A entrevista também trouxe à tona a situação dos ministros cujos partidos decidiram deixar a base governista. Guimarães avaliou que André Fufuca (Esporte), Celso Sabino (Turismo) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) permanecem no governo porque “se eles deixarem o governo, vão se ferrar lá” .

 

A justificativa é a forte aprovação do presidente Lula nos estados de origem dos ministros – Maranhão, Pará e Pernambuco. A popularidade do chefe do Executivo tornaria politicamente inviável para esses políticos romperem publicamente com o governo .

 

As declarações de José Guimarães desenham um governo em momento de virada, encerrando um ciclo de concessões e iniciando outro de retomada de controle político. A reorganização de cargos e o foco na eleição do Senado indicam os caminhos que o Planalto pretende seguir para consolidar sua força e garantir sua agenda até 2026.


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