Proposta inclui redução de taxas, menor prazo para pagamentos a lojistas e portabilidade. Ideia de regulamentar o uso do benefício voltou a ganhar força no começo do ano.
O presidente Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) se reuniu nesta segunda (1º) com
ministros para discutir novas regras para compras com vale-refeição e
alimentação.
Participaram do encontro, no
Palácio do Planalto, os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Rui Costa (Casa
Civil) e Luiz Marinho (Trabalho).
O governo federal estuda
regulamentar o uso do benefício há mais de dois anos. A discussão
voltou a ganhar força no começo do ano, em meio à procura por
medidas que poderiam conter o aumento do preço dos alimentos.
Agora, apesar de a inflação
estar mais controlada, o governo pretende finalizar a medida e as mudanças no
Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) foram levadas ao presidente Lula.
A proposta prevê:
- Criação de um teto na taxa cobrada pelas
empresas que operam os vales;
- Reduzir prazo de repasse dos valores aos
lojistas (donos de restaurantes e supermercados);
- Portabilidade de cartão do benefício.
A redução sobre as taxas está
sendo estudada porque a avaliação é de que o índice praticado hoje leva muitos
estabelecimentos a não aceitarem o recurso.
O valor máximo (teto) poderá
ficar próximo de 3,5%. Integrantes do governo citam que, em alguns casos, as
operadoras do benefício chegam a cobrar bem mais de 5%.
Redução em prazos para
pagamentos
Outro ponto em estudo é a
redução do tempo para recebimento dos pagamentos. Donos de
estabelecimentos reclamam que a demora pode chegar a 60 dias após a compra
feita pelo trabalhador e avaliam que um prazo mais curto melhora o fluxo de
caixa das empresas.
No caso da chamada
portabilidade, o governo pretende permitir que o trabalhador possa trocar
gratuitamente de empresa do cartão do benefício.
A expectativa do governo é de
que isso aumente a concorrência do setor, reduza os custos para supermercados e
restaurantes e barateie os alimentos.
Isto porque há empresas
interessadas em operar nesse setor, mas elas alegam que as atuais regras criam
barreiras para entrar nesse mercado.
Discussão travada
O Congresso aprovou em agosto
de 2022 uma lei que alterou as regras para a concessão do auxílio-alimentação
para os trabalhadores.
O texto previa que o
trabalhador possa solicitar, gratuitamente, a portabilidade do serviço – isto
é, trocar a empresa que opera o pagamento do auxílio.
No entanto, até agora a
regulamentação dessa lei tinha ficado travada nas discussões entre empresas e
governo.
Também há dispositivos para
proibir a concessão de descontos na contratação de empresas fornecedoras de
auxílio-alimentação – tanto no âmbito do auxílio-alimentação (como previsto na
CLT) como no Programa de Alimentação do Trabalhador (vale-refeição e vale-alimentação).
Até então, os empregadores
contratavam a empresa que fornece tíquete alimentação e conseguiam um desconto.
Contratavam, por exemplo, R$ 100 mil em vale-alimentação para seus
funcionários, mas pagavam um valor menor, como R$ 90 mil.
Posteriormente, essa empresa
fornecedora de tíquetes cobrava taxas mais altas dos restaurantes e
supermercados, e, nesse momento, repassava o valor concedido como desconto para
as empresas que contratavam o serviço.
A avaliação do governo é que,
por isso, a alimentação dos trabalhadores fica mais cara, pois esse mesmo custo
extra é repassado também para eles.
Em outubro do ano passado, o
Ministério do Trabalho publicou uma portaria para proibir essa prática.
No entanto, redes varejistas
ainda reclamam das altas taxas cobradas pelos cartões na hora do pagamento com
vale-alimentação, por exemplo.
Fonte: G1
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