Senadores brasileiros começam a chegar nos EUA para tentar abrir canal de negociação
Grupo tenta abrir diálogo com parlamentares e empresários
dos EUA a seis dias da entrada em vigor das novas tarifas contra produtos
brasileiros.
Parte da
comitiva de senadores brasileiros chegou hoje aos Estados Unidos para tentar
abrir um canal de negociação para evitar sobre o tarifaço anunciado pelo
presidente Donald Trump.
Por
enquanto, a Casa Branca não estabeleceu um canal de diálogo direto com o
governo brasileiro. Faltam apenas seis dias para que entrem em vigor as tarifas
de 50% aos produtos brasileiros.
Os senadores
afirmam que vão tentar abrir uma frente de diálogo com parlamentares e
empresários americanos para que ajudem a pressionar a Casa Branca a reduzir ou
adiar o tarifaço. São oito senadores de diversos partidos e correntes
políticas:
Nelsinho
Trad, do PSD de Mato Grosso do Sul;
Tereza
Cristina, do PP de Mato Grosso do Sul;
Jaques
Wagner, do PT da Bahia;
Marcos
Pontes, do PL de São Paulo;
Rogério
Carvalho, do PT de Sergipe;
Carlos
Viana, do Podemos de Minas Gerais;
Fernando
Farias, do MDB de Alagoas;
e Esperidião
Amim, do PP de Santa Catarina.
Amanhã o grupo fará uma
reunião preparatória. Na segunda-feira (28), os senadores vão se reunir com
empresários na embaixada brasileira, em Washington, e na Câmara de Comércio dos
Estados Unidos.
Na terça-feira (29), o
encontro será com autoridades e pelo menos seis parlamentares americanos dos
dois partidos: o Democrata e o Republicano, o mesmo de Trump. Na quarta-feira
(30), os senadores brasileiros se reunirão com representantes da sociedade civil.
"O nosso objetivo é
tentar mostrar para as contrapartes empresariais o impacto que isso vai ter,
tanto para a economia americana quanto a economia brasileira. Passar claramente
aos parlamentares americanos que a soberania do Brasil não está em negociação.
Estamos indo para construir pontes e não muros, que não leva nenhum país a
nenhuma melhoria de vida do seu povo e da sua economia", diz o senador
Rogério Carvalho (PT).
"Nós vamos tentar
sensibilizar os parlamentares americanos. A maioria deles vêm exatamente de
estados que têm negócios com o Brasil e que serão prejudicados. Fazer com que
esse cenário possa chegar de forma equilibrada, de forma tranquila, sensata, a
aqueles que têm o poder de resolver, que é o alto escalão do governo e o
próprio presidente da República", comenta Nelsinho Trad (PP).
Não há
previsão para que os senadores se encontrem com representantes da Casa Branca.
O presidente Donald Trump não está nos Estados Unidos, ele foi para a Escócia,
em uma viagem oficial.
Trump
anunciou tarifas a 26 países e à União Europeia a partir de 1° de agosto. A
tarifa imposta ao Brasil é a maior delas.
No início do
mês, Trump anunciou que taxaria em 50% os produtos brasileiros em uma chantagem
comercial. Ele alegou que um dos motivos era a ação penal em que Jair Bolsonaro
é dos réus por tentativa de golpe de Estado.
Trump está
pressionando o Supremo Tribunal Federal (STF) a suspender o julgamento e já foi
acusado por senadores do partido democrata de abuso de poder por tentar
interferir na Justiça brasileira.
Nesta
sexta-feira (25), o presidente Lula disse que o vice-presidente Geraldo
Alckmin, tem tentado dialogar com o governo dos Estados Unidos, mas que vem
encontrando dificuldade para poder encontrar uma interlocução direta com a Casa
Branca.
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