Irritabilidade, compulsão por
doces, cansaço, inchaço e cólicas estão entre os sintomas mais comuns da tensão
pré-menstrual (TPM), condição que atinge de 75% a 80% das mulheres em idade
reprodutiva, segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e
Obstetrícia (Febrasgo).
O período que antecede a
menstruação provoca uma série de mudanças hormonais que impactam diretamente o
bem-estar físico e emocional, comprometendo a qualidade de vida, a
produtividade e, até mesmo, as relações pessoais.
A boa notícia é que, além do
acompanhamento médico e do uso de medicamentos, estratégias de autocuidado e
terapias complementares podem ajudar na redução dos sintomas, como atividade
física, ajustes na alimentação e práticas integrativas, como as massagens.
Contar com profissionais de
massagem relaxante pode contribuir para o bem-estar, ajudar no alívio de dores
e desconfortos e ainda oferecer diferentes benefícios terapêuticos, conforme a
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
Em entrevista à imprensa, o
fisioterapeuta Caio Ventura Schiabel explica que o calor da massagem, assim
como a liberação miofascial dos pontos de tensão, auxilia na redução da dor, na
melhor vascularização local e no relaxamento muscular, o que é fundamental
durante a menstruação.
O inchaço também é um dos
sintomas mais comuns durante o período pré-menstrual. De acordo com a Febrasgo,
muitas mulheres relatam aumento da retenção de líquidos, o que provoca
sensibilidade em áreas do corpo como mamas, pernas e abdômen.
A retenção de líquido,
associada às alterações hormonais, é responsável por boa parte do desconforto
físico vivenciado nessa fase. Para aliviar o inchaço, a Febrasgo recomenda a
realização de drenagem linfática e a prática regular de atividade física.
Outro método que também pode
ajudar é a massagem modeladora. Segundo a médica cirurgiã, especialista pela
Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Beatriz Benevides, a técnica
é indicada não só para quem quer eliminar gorduras localizadas ou melhorar a
aparência das celulites, mas também para reduzir o inchaço e a retenção de
líquidos.
Benevides explica que essa
técnica utiliza movimentos mais vigorosos e rápidos em comparação à drenagem
linfática, incluindo deslizamento, amassamento, pinçamento e percussão. Ela
costuma ser aplicada em regiões com maior acúmulo de gordura, como abdômen,
quadris, culote, glúteos, coxas e, em alguns casos, nos braços.
Prática também ajuda a aliviar
o estresse e a ansiedade
Além dos sintomas físicos, o
período que antecede a menstruação pode causar alterações no equilíbrio
emocional. Segundo a Febrasgo, as variações nos níveis dos hormônios femininos
estrogênio e progesterona são intensas: ambos passam por picos e quedas ao
longo do ciclo menstrual, sendo os principais responsáveis por essa
instabilidade.
Quando a fase da TPM se
aproxima, esses hormônios atingem os níveis mais baixos, desencadeando mudanças
no humor e no corpo. Além disso, a produção de serotonina, neurotransmissor
associado à sensação de bem-estar, tende a diminuir nesse período.
A Febrasgo destaca que essa
redução pode resultar em oscilações emocionais, deixando a mulher mais ansiosa,
emotiva, impaciente e, em alguns casos, depressiva. Os efeitos podem incluir
ainda a dificuldade para se concentrar ou dormir.
Oara ajudar a combater esses
sintomas, as massagens também podem ser boas alternativas. Em entrevista à
revista americana Time, a diretora do Instituto de Pesquisa sobre Toque da
Universidade de Miami, Tiffany Field, destacou que o alívio da depressão, junto
à redução da dor, está entre os benefícios mais associados à massagem pelas
pesquisas.
A especialista explica que a
prática estimula o aumento da circulação sanguínea em regiões do cérebro
responsáveis pelo controle do humor e do estresse. Esse efeito ocorre quando os
receptores de pressão na pele são ativados, favorecendo a maior atuação do
nervo vago.
Esse nervo faz parte do
sistema nervoso autônomo, que regula funções involuntárias, como respiração,
frequência cardíaca e digestão. Com a ativação desse mecanismo, é possível
perceber uma sensação de relaxamento, semelhante à proporcionada pela meditação,
além da redução nos níveis de cortisol e dos efeitos causados pelo estresse.
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