Ex-ministro dos governos do PT, Ricardo Berzoini (Foto: Agência Brasil)
Ex-ministro dos governos do
PT, Ricardo Berzoini (Foto: Agência Brasil)
“BC decide contra quem
trabalha e a favor de quem vive de renda”, afirmou Ricardo Berzoini
O ex-ministro Ricardo Berzoini
condenou a alta dos juros e criticou a atuação do Banco Central sob a direção
de Gabriel Galípolo, sucessor do bolsonarista Campos Neto.
Berzoini afirmou, em
entrevista ao programa Fórum Onze e Meia, que o atual presidente do BC, Gabriel
Galípolo, “está pior que o Campos Neto”.
O ex-ministro declarou, ainda,
que o “Banco Central virou o sindicato dos rentistas. Decide contra quem
trabalha e a favor de quem vive de renda”.
Berzoini foi ministro do
Trabalho, das Comunicações, da Previdência Social e das secretarias de Relações
Institucionais e de Governo durante os governos Lula e Dilma Rousseff. Antes
foi deputado federal e por muitos anos presidente do Sindicato dos Bancários de
São Paulo, Osasco e Região.
Ele defendeu uma imediata
revisão da meta de inflação pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), composto
por Fernando Haddad, Simone Tebet e o próprio Galípolo.
O ex-ministro considera que a
atual meta de inflação, fixada pelo CMN, é “inexequível” e serve apenas como
justificativa para manter a taxa Selic em níveis estratosféricos.
“Estamos com uma inflação de
cerca de 4,5% e juros reais perto de 10%. Isso não existe no mundo. Só no
Brasil”, criticou. É como uma dieta inalcançável, comparou. “É como querer
emagrecer 30 quilos quando só dá para perder 10. A culpa não é da balança, é da
meta”, disse.
Berzoini denuncia que a
política do Banco Central é um obstáculo ao desenvolvimento do país. “O Tesouro
Direto está pagando 15% ao ano. Só perde para o tráfico de drogas e pedágio em
São Paulo”.
O ex-ministro adverte que o
governo está sendo castigado por causa desse cenário em que só os rentistas se
dão bem e a população paga um alto preço. “Quando era o Campos Neto, o PT
criticava. Agora, com Galípolo, reina o silêncio. Isso é incoerente”, criticou.
“Não dá para engolir erro calado só porque o governo é nosso”, acrescentou.
Na quarta-feira (18), o Comitê
de Política Monetária (Copom) do BC elevou a taxa Selic de 14,75% para 15%,
tornando o Brasil o segundo maior do mundo em juros reais (descontada a
inflação).
“Eu teria feito a mesma
coisa”, disse Campos Neto, ex-presidente do BC, ao site g1, elogiando Gabriel
Galípolo.
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