Segundo
relatos, Wladimir Canuto (Avante) teria entrado sem autorização no local e
desestabilizado equipe médica
O
caso aconteceu na segunda-feira (3). Segundo relato de uma médica que estava no
local, publicado no X (antigo Twitter), Wladimir Canuto (Avante) teria,
supostamente, entrado no local "gritando", o que desestabilizou toda
a equipe. Ela ainda afirma que os técnicos tentaram contê-lo, mas sem sucesso.
"Estava
em atendimento do paciente com arritmia cardíaca muito instável, evoluindo para
parada cardíaca. Estava tentando reverter, quando o vereador entrou. Paciente
evoluiu para a segunda parada e morreu em seguida", relatou a
profissional, por meio de um perfil anônimo.
Na
nota da Prefeitura de Felício dos Santos, assinada pelo prefeito Weniton
William França (PRD), ainda há menção de que o vereador teria, supostamente,
agredido fisicamente uma técnica de saúde. A gestão municipal classificou a
ação de Wladimir como "vil e ardilosa".
O
Poder Executivo tomará todas as providências cabíveis, sejam elas
administrativas e judiciais, para a devida responsabilização dos fatos
cometidos, e esperamos que a Casa de Leis dessa municipalidade tome as devidas
providências contra as atitudes levianas e criminosas do vereador Wiadimir e
que institua comissão para apuração e penalidade dos fatos por ele cometidos,
em resposta ao sofrimento psicológico e físico de toda uma equipe que trabalha
incansavelmente por toda uma população e de uma família que perdeu seu ente
querido.
Prefeitura
de Felício dos Santos
Em
nota de repúdio publicada no Instagram
A
família do paciente ainda não foi identificada ou se manifestou publicamente.
VEREADOR
SE PRONUNCIA NAS REDES
Devido
à repercussão do caso, Wladimir Canuto foi a público nas redes sociais para se
defender das acusações. Em um vídeo publicado nesta terça-feira (4), ele afirma
que foi até a UBS por conta de uma denúncia feita por moradores e que lá
encontrou uma fila de pacientes sem atendimento.
"Eu
chamei uma atendente e perguntei quantos médicos tinham. Ela respondeu que
dois, mas eles estavam em uma emergência. No que ela foi entrando para as
salas, eu entrei atrás, mas ela disse que eu não podia", disse. "Eu
sou fiscal do município. Não tem ninguém que me impede de entrar.
Quando é pra defender a população, que venha leões, canivetes, o que for".
Na
gravação, Wladimir diz que não invadiu a "Sala Vermelha", mas que
abriu a porta da sala e perguntou se havia algum médico. Porém, ele confirmou
que proferiu xingamentos e ofensas contra a equipe médica, na tentativa de
"se defender de calúnias".
Nos
comentários da publicação no Facebook, um usuário comentou que o político tinha
cometido um crime, ao que ele respondeu com: "Idiota". Wladimir foi
eleito nas eleições municipais de 2024.
O
QUE DIZ A LEI
O
Projeto de Lei 3366/20, aprovado pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania ( CCJC ) em 2023, tipifica como crime a entrada, a permanência ou a
invasão em áreas de acesso restrito de clínicas e hospitais, sem autorização. A
pena é de 3 a 6 meses de detenção ou multa.
Se
o crime é cometido com violência, grave ameaça ou por mais de uma pessoa, a
pena sobe para 6 meses a 2 anos de detenção e multa, além da pena
correspondente à violência.
O
QUE SÃO "SALAS VERMELHAS" NOS HOSPITAIS?
De
acordo com a Agência de Saúde do Distrito Federal, as "Salas
Vermelhas" são unidades onde são realizados procedimentos especiais
considerados invasivos, como ressuscitação cardiopulmonar, intervenção em caso
de Acidente Vascular Cerebral (AVC) e de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM),
ventilação mecânica e monitorização cardíaca.
A
atuação delas é regulada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
de cada município. Geralmente, os pacientes chegam pelas unidades móveis do
Corpo de Bombeiros, helicóptero e também por atendimento de porta.
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