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Ruínas de cidade cearense submersa pelo Castanhão reapareceram há 12 anos

 

Legenda: Imagens feitas em 2014 das ruínas velha cidade de Jaguaribara
Foto: Kid Jr

Uma parada de ônibus, na altura do quilômetro 287 da BR-116 no Ceará, com uma entrada triangular, sinaliza o caminho para chegar na velha Jaguaribara. Por lá, adentrando cerca de 18km em uma estrada carroçal, é possível rememorar a cidade submersa. O município no sertão cearense, em 1995, começou a ser afetado pela construção do maior Açude do Brasil, o Castanhão. Em 2001, foi demolido. Desapareceu em 2004, quando as águas da barragem inundaram completamente o território. Mas, em 2013, as ruínas ressurgiram.

Naquele momento, quando vieram à tona inúmeros fragmentos da velha cidade, emergiram também saudades, lembranças, pertencimento e conexões. Era como descobrir um tesouro afundado, disseram ao Diário do Nordeste os saudosos moradores da antiga sede.

Desde 2001, a população transferida vive a 50km do local, na nova cidade que é toda planejada. O sentimento era de redescoberta ainda que o encontro tenha sido com resquícios já bem fragmentados. As ruínas tornaram-se monumentos e são até hoje revisitadas periodicamente.

Após visitar o Vale do Jaguaribe por 4 dias, no fim de janeiro de 2025, o Diário do Nordeste publica nesta semana uma série de reportagens reconstituindo a história que conecta o Castanhão, a maior barragem do Brasil, e Jaguaribara, cidade que deu lugar ao açude. As matérias abordam a mobilização, tensões e memórias dessa relação que, após mais de 30 anos, guarda um misto de percepções: o êxito de morar na primeira cidade planejada do Ceará e a saudade da antiga sede, típica do interior e margeada pelo Rio Jaguaribe.

A cidade ressurgiu quando o nível do Castanhão baixou de forma contínua. Vale lembrar que, nesse ciclo, em 2009 a barragem estava com quase 100% de água armazenada e em seguida foi baixando esse volume. Em 2013, o reservatório que tem capacidade de armazenar 6,7 bilhões de metros cúbicos (m³) de água, ficou abaixo de 50%. As ruínas reapareceram justamente nesse período de estiagem.

A notícia chegou, relataram moradores ao Diário do Nordeste, através de pessoas que ainda percorriam a antiga estrada que dá acesso à velha cidade. “Jaguaribara reapareceu”, corria boca a boca a informação. E o antigo território começou a receber visitantes, não só os jaguaribarenses, também turistas nacionais e internacionais. Muitos chegavam por água, com embarcações partindo da parede do Castanhão.

Fonte: Diário do Nordeste

 


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