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Foto: Reprodução |
Depois de nove dias voltados à exibição e debates sobre cinema brasileiro, a 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes chegou ao fim neste sábado (1°) anunciando os premiados. Neste ano, o evento contou com 10 produções cearenses selecionadas em diferentes mostras.
Entre
elas, “Morte e Vida Madalena”, longa-metragem em desenvolvimento dirigido
pelo cineasta Guto Parente, venceu o prêmio Málaga WIP (sigla para “work
in progress”), que levará o projeto para o evento espanhol. A vitória ocorreu,
conforme justificativa, pelo filme "contar de modo eficaz a construção de
laços de amizade, família e amor pelo cinema”.
Na
edição de 2024, outro filme de Guto, "Estranho Caminho", também
havia sido premiado no evento, recebendo o troféu principal da Mostra
Autorias.
Conforme adiantado pelo Diário do Nordeste, o filme
vencedor nesta edição tem previsão para ser lançado comercialmente até o final
de 2025. A obra acompanha Madalena (Noá Bonoba), uma produtora de cinema
grávida de 8 meses e meio que está prestes a filmar uma ficção científica com
roteiro assinado pelo pai que faleceu.
No
entanto, o diretor da obra, ex-marido da produtora, desaparece de maneira
inexplicável e ela precisa garantir que as filmagens terminem com um novo
e desafiador realizador antes do nascimento do bebê.
Também
participaram da Mostra de Tiradentes neste ano os longas cearenses “Resumo
da Ópera” e “Centro Ilusão”, a coprodução PB/CE/RJ/SP “Batguano
Retuns - Roben na Estrada” e os curtas “Ver Céu no Chão”, "Vermelho
de Bolinhas", "Do lado de dentro", "O Medo Tá Foda",
"Poesia no vinho de seus lábios" e "sirius não é tão longe”.
Mais
Tiradentes
No
total, foram 140 filmes exibidos no evento mineiro, vindos de todo o
País. Os prêmios de longas foram para “Deuses da Peste” (SP/MG), de Gabriela
Luiza e Tiago Mata Machado (Mostra Olhos Livres); “Um Minuto é uma Eternidade
para Quem Está Sofrendo” (SE), de Fábio Rogério e Wesley Pereira de Castro
(Mostra Aurora); “Parque de Diversões” (MG), de Ricardo Alves Jr. (Mostra
Autorias) e “3 Obás de Xangô” (RJ/BA), de Sergio Machado (Júri Popular).
O tema
que guiou a mostra foi “Que cinema é esse?”, estimulando debates sobre
questões estéticas, temáticas e políticas que despontam a partir da produção
audiovisual brasileira.
“O que
propõe a Mostra de Tiradentes, primeiro, é mostrar a diversidade do
cinema brasileiro”, define a coordenadora geral do evento, Raquel Hallack, em
coletiva à imprensa no último dia da programação.
O
escopo das escolhas curatoriais e de debate no evento, segue a coordenadora, se
baseia em questões e reflexões voltadas a formas de fazer, acesso do
público às obras, visibilidade da produção contemporânea e políticas para o
audiovisual. “Esse conjunto de inquietações que a gente observa no cinema
brasileiro a gente tenta traduzir na programação”, resume.
Debates
políticos para o audiovisual
Além
da programação dedicada à produção do cinema brasileiro contemporâneo, a Mostra
de Tiradentes também foi palco de construção de pensamento e políticas
públicas para o audiovisual no País.
Nomes
como Joelma Gonzaga, secretária do Audiovisual do Ministério da Cultura, e
Marcelo Freixo, presidente da Embratur, participaram de diferentes atividades
da mostra.
Uma
das principais iniciativas neste sentido foi a realização do 3° Fórum de
Tiradentes. Como resultado dos dias de debate e construção de sugestões de
políticas públicas voltadas ao setor, foi publicada a Carta de Tiradentes,
na qual o fórum articula defesa de pautas como a regulação do Vídeo sob
Demanda, a efetivação da anunciada plataforma de streaming pública com obras
nacionais e o fomento à regionalização da produção.
Premiados
da 28ª Mostra de Cinema de Tiradentes
Melhor
Longa - Júri Popular
“3
Obás de Xangô”, de Sergio Machado (BA)
Melhor
Longa - Mostra Aurora
“Um
Minuto é uma Eternidade para quem Está Sofrendo”, de Fábio Rogério e Wesley
Pereira de Castro (SE)
Melhor
Longa - Mostra Olhos Livres
“Deuses
da Peste”, de Tiago Mata Machado e Gabriela Luíza (MG/SP)
Melhor
Longa - Mostra Autorias
“Parque
de Diversões”, de Ricardo Alves Jr (MG)
Melhor
Curta - Júri Popular
“Dois
Nilos”, de Samuel Lobo e Rodrigo de Janeiro (RJ)
Melhor
Curta - Mostra Foco
“Entre
Corpos”, de Mayra Costa (AL)
Melhor
Curta - Mostra Foco - Júri Canal Brasil
“Marmita”,
de Guilherme Peraro (PR/SP)
Melhor
Curta - Mostra Formação
“Desconstruindo
Lene”, de Guilherme Maia (BA)
Prêmio
Helena Ignez - Destaque Feminino
Ticiane
Simões, atriz de “Entre Corpos” (AL)
Conexão
Brasil Cinemundi WIP Corte Final
“A Voz
de Deus”, de Miguel Antunes Ramos (SP)
Conexão
Brasil Cinemundi Málaga WIP
“Morte
e Vida Madalena”, de Guto Parente (CE)
Prêmio
Retrato Filmes - Distribuição
“Prédio
Vazio”, de Rodrigo Aragão (ES)
Fonte:
Diário do Nordeste
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