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Advogada acusada de ser 'pombo-correio' do Comando Vermelho no Ceará 'quebrou monitoramento eletrônico' 37 vezes.



A defesa da ré alega que ela deixou "o equipamento descarregar por algumas vezes, no entanto, o pedido de prisão preventiva não se justifica"

Acusada de exercer função de 'pombo-correio' e 'porta-voz' da facção criminosa Comando Vermelho (CV), a advogada Sílvia Helena Tavares da Cruz rompeu o monitoramento eletrônico, pelo menos, 37 vezes, em menos de um ano desde que passou a ser monitorada com a tornozeleira. Sílvia é uma das denunciadas em um processo que também tem como alvo outras advogadas que teriam se aliado com o grupo carioca.

 

A reportagem do Diário do Nordeste apurou que após a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) notificar os reiterados descumprimentos da medida adversa à prisão, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a revogação do benefício com a consequente decretação da prisão preventiva. No entanto, a Justiça decidiu que Sílvia permanecesse solta.

 

A defesa da ré alega que ela deixou "o equipamento descarregar por algumas vezes, no entanto o pedido de prisão preventiva não se justifica". Consta no relatório das violações que em determinadas vezes a tornozeleira ficou três dias com o alarme de perda de sinal, "sendo discrepante com as justificativas apresentadas pela defesa".

 

A reportagem do Diário do Nordeste apurou que após a Secretaria da Administração Penitenciária (SAP) notificar os reiterados descumprimentos da medida adversa à prisão, o Ministério Público do Ceará (MPCE) pediu a revogação do benefício com a consequente decretação da prisão preventiva. No entanto, a Justiça decidiu que Sílvia permanecesse solta.

 

A defesa da ré alega que ela deixou "o equipamento descarregar por algumas vezes, no entanto o pedido de prisão preventiva não se justifica". Consta no relatório das violações que em determinadas vezes a tornozeleira ficou três dias com o alarme de perda de sinal, "sendo discrepante com as justificativas apresentadas pela defesa".

CONVERSAS TELEFÔNICAS INTERCEPTADAS

De acordo com relatório da Polícia Civil do Ceará (PCCE), o nome de Sílvia Helena foi atrelado ao Comando Vermelho a partir de conversas eletrônicas interceptadas, nas quais a advogada mostrou se utilizar "do seu acesso aos presos do sistema prisional cearense, fazendo a função de Porta Voz e “Pombo Correio” dos criminosos enquanto deveria realizar exclusivamente a defesa técnica para a garantia de seus direitos".

 

A referida advogada deixa registrado, ao que tudo indica no aplicativo de mensagens “whatsapp”, de seu aparelho telefônico as “conversas tudo normalzinha, só recadinho de família”, a fim de driblar uma possível alegação de que não está exercendo a função que lhe cabe dentro da organização, enquanto que em relação às conversas criminosas, que repassa de dentro do presídio, a referida delinquente travestida de advogada faz questão de dizer que: 'Eu só tenho cuidado assim quando é algum recado errado, alguma coisa assim, ai eu apago'"

Consta ainda nos autos que Sílvia Helena teria escondido um carro a pedido de Francisco Cilas de Moura Araújo, o 'Mago', líder da facção na Caucaia e acusado de uma série de homicídios na cidade.

 

 

Em 2023, a advogada foi conduzida coercitivamente por policiais civis após os investigadores identificarem que "a investigada visitou o referido interno supostamente para realizar um atendimento jurídico, mas, na verdade, foi para buscar o seu recado para outros comparsas e possivelmente enviar informações de fora do sistema prisional para o enclausurado".

OUTRAS DENUNCIADAS

Também são partes do processo enquanto acusadas de integrar o CV as advogadas Wanessa Kelly Pinheiro Lopes e Aline Cunha Martins. Antes de ser presa na Operação 'Sarmat', Wanessa Kelly passou meses sob investigação da Polícia Civil. A apuração concluiu que ela valeu da advocacia para integrar a facção e se aliar a um traficante da fronteira entre Brasil e Bolívia.

 

A Polícia chegou ao nome da advogada a partir de uma investigação iniciada ainda em 2021. Quando uma série de homicídios aconteceu na região dos bairros Bonsucesso e João XIII, a mando de uma facção carioca. Investigadores prenderam os suspeitos pelos crimes e analisaram dados dos celulares apreendidos, após autorização judicial.

 

Wanessa Kelly foi para prisão domiciliar em novembro de 2024.

A Justiça determinou a quebra do sigilo telefônico, telemático, bancário e fiscal de todos os investigados "bem como determinou o fornecimento de dados relacionados a aplicativos utilizados pelos alvos, incluindo origem, destino, endereços IP, IMEIs, números de telefone, e-mails vinculados às contas, além de informações bancárias e fiscais associadas".

Fonte: Emanoela Campelo de Melo - DN


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