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| Foto: Reprodução |
O presidente eleito da
Assembleia Legislativa do Ceará (Alece), Romeu Aldigueri (PDT), afirmou
nesta terça, 3, durante entrevista à Rádio O POVO CBN, que é
totalmente contrário à concessão no Parque Nacional de Jericoacoara.
Desde a primeira semana de
intervenções, a gestão é alvo de disputas entre o consórcio Urbia + Cataratas
Jeri, a Prefeitura de Jijoca de Jericoacoara e os moradores da Vila de
Jericoacoara.
"Sou completamente
contrário à concessão em Jericoacoara, embora apoie em lugares como Ubajara, que é um parque pequeno e totalmente voltado para
visitação, sem moradores. Jericoacoara é diferente: é um parque com muitas
belezas naturais fora de seus limites, como Tatajuba e a Lagoa do Paraíso. Além
disso, há uma grande população que mora na vila e muitos trabalhadores que se
deslocam diariamente."
Conforme explica, ele foi o
autor da criação do Parque Nacional, da época que ele ocupava o cargo de
superintendente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama). Para isso, foram feitos estudos para colocar
toda a infraestrutura elétrica no subsolo, e manter a rusticidade do
local.
"O que o turista nacional
e internacional aprecia é o desafio do acesso. Eles não querem asfalto chegando
a Jericoacoara. Esse é o diferencial: a beleza natural, a pedra furada, as
dunas, o campo de manguezais, o Guriú, e as lagoas interdunares."
Planejamento
Além disso, defende que a
gestão da concessão de Jericoacoara precisa ser bem planejada. Isso
porque o Parque Nacional de Jericoacoara engloba cerca de 80% do
território de Jijoca, porém, abrange partes de Camocim e Cruz, o que exige
coordenação entre três prefeituras e o Governo do Estado.
"Jericoacoara é o
principal destino turístico do Ceará, atraindo 90% dos turistas que visitam o
Estado. Por isso, é crucial que a gestão da concessão seja bem planejada, com
um conselho consultivo que envolva prefeituras, comunidade, empresários e o
governo estadual", afirma.
Romeu Aldigueri ressalta
também que, embora existam aspectos positivos na concessão, como
benefícios potenciais para o meio ambiente, é essencial realizar estudos de
capacidade de carga e investimentos necessários.
"A construção de uma
estrada que prioriza Cruz em detrimento de Jijoca, por exemplo, prejudica o
turismo e o emprego em Jijoca, município cuja economia depende quase
exclusivamente do turismo."
Além disso, apontou que
o dinheiro arrecadado com taxas precisa ser revertido em melhorias, como
limpeza, coleta seletiva de lixo, criação de áreas verdes e educação ambiental,
visto que, apesar do investimento estadual em saneamento e drenagem, há muito a
ser feito. Também defendeu o apoio aos trabalhadores do turismo, com
medidas para melhoria de seus veículos e serviços.
Fonte: O Povo

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