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| Foto: Reprodução |
CEO de uma das maiores
gestoras independentes do Brasil, Walter Maciel, da AZ Quest, não se
considera pessimista. O executivo afirmou, durante evento promovido pela Mirae
Asset nesta quarta-feira (4), que o Brasil tem tudo para ser
irreconhecível daqui a cinco anos.
Mas antes precisa superar um
desafio. “O Lula encontrou um país que tem um só problema: o fiscal. Só que é
um problema grave. E o que o governo conseguiu fazer de lá para cá é um
desastre absoluto”, disse ele.
Maciel conta que o mercado
esperava que, em sua terceira passagem pelo Palácio do Planalto, Lula
caminhasse mais ao centro, mas as medidas adotadas desde a posse não
confirmaram essa expectativa.
Entre os principais vilões, o
CEO da AZ Quest — que conta com mais de R$ 35 bilhões sob gestão — cita o
reajuste do salário mínimo acima da inflação e a indexação da previdência e uma
série de benefícios a ele, além do anúncio da isenção de Imposto de Renda para
quem ganha até R$ 5 mil.
“O Lula acredita que o fiscal
não resolve e que gasto é vida. Mas se ele entregar hoje um ajuste de 1,5% do
PIB, o que não é difícil de fazer, eu aposto com vocês que o dólar vai para R$
4 ou menos, a bolsa sobe para 200 mil pontos e os juros caem para 8,5%”,
afirmou.
Na leitura de Maciel, porém,
daqui até 2026 nada deve mudar e devemos seguir em um cenário no qual o governo
só reage quando o quadro piora. A partir daí, ele aposta em uma alternância de
poder que deve aumentar as chances de uma solução para o problema fiscal.
E no restante do mundo?
Além do Brasil, as tendências
para o cenário macroeconômico da Europa e dos Estados Unidos também foram pauta
durante o evento.
Daniel Celano, country head da
Schroders no Brasil — multinacional de origem britânica com mais de 773 bilhões
de libras sob gestão —, diz que as projeções atuais da casa indicam um
crescimento de 1% e uma inflação de 2% no bloco.
“França e Alemanha, que sempre
foram os motores da Europa, estão sub judice. No resumo da ópera, temos uma
economia fraca, com a manufatura sendo colocada em cheque, competição com os
chineses e a inflação resiliente na parte de serviços”, diz Celano.
No caso dos Estados Unidos,
porém, a história é diferente. Daniel Popovich, portfólio manager na Franklin
Templeton, diz que a gigante internacional, com US$ 1,68 trilhão sob gestão,
está “overweight” — recomendação equivalente a de compra — em Estados Unidos.
“É uma das nossas
principais posições. Mas não significa que é um investimento sem riscos”,
afirmou ele.
Um desses riscos é o chamado
“Trump Trade”, que inclui a expectativa de que, com o retorno de Donald Trump à
Casa Branca, o governo americano deve expandir os gastos.
“Acreditamos que o governo
está afim de gastar e não vai se preocupar tanto com a responsabilidade fiscal.
E o mercado está olhando para isso, que impacta principalmente o investimento
em renda fixa.”
Fonte: seudinheiro

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