O prefeito eleito de
Fortaleza, Evandro Leitão (PT), anunciou, nesta sexta-feira (27), que a equipe
de transição governamental descobriu uma "herança" de R$ 1 bilhão em
dívidas de empréstimos e operações de crédito contraídas pela atual gestão,
comandada por José Sarto (PDT) até o próximo 31 de dezembro. Os valores deverão
ser pagos em 2025.
De acordo com Leitão, o
dinheiro foi conseguido pela atual gestão em acordos com bancos nacionais, com
taxas de juros e condições superiores às de instituições financeiras
estrangeiras.
ERRAMOS (Atualização feita no
dia 27 de dezembro às 12h): Na primeira versão desta matéria, o Diário do
Nordeste informou que Fortaleza adquiriu empréstimo para pagar dívidas da atual
gestão. A informação correta, de que, na verdade, já há uma dívida de R$ 1
bilhão estabelecida na gestão Sarto, como "herança" para a gestão
eleita, foi incluída no texto ainda na manhã desta sexta-feira (27) após novo
contato com a equipe de transição governamental.
"Fortaleza tem uma
operação de crédito de R$ 3,2 bilhões durante os próximos quatro anos. De
fornecedores, que a equipe de transição conseguiu detectar, para 2025, a
Prefeitura tem R$ 400 milhões de inadimplência, já empenhados como saldo de
dívida. E estão chegando informações por parte de fornecedores de dívidas que
não foram empenhadas, ou foram empenhadas e canceladas. A dívida é bem
superior", dimensionou Leitão, em coletiva de imprensa concedida em seu
escritório.
Segundo o petista, prestadores
de serviços comunicaram à equipe de transição que ao menos cinco meses de
trabalho não foram empenhados ou liquidados, o que provocou atrasos salariais.
Uma das categorias afetadas foi a dos médicos emergencistas, que revelou
pagamentos não empenhados há mais de um semestre. "Valores que não
conseguimos dimensionar com clareza por falta de dados. Mas, em primeiro
momento, a dívida do IJF [Instituto Dr. José Frota] está em torno de R$ 100
milhões, e poderá ser mais", declarou o futuro prefeito.
O relatório final da transição
de Governo está previsto para ser divulgado apenas em 10 de janeiro. "O de
hoje é um relatório parcial", explicou Leitão.
'Saúde está um caos'
No que diz respeito à saúde
municipal, Leitão foi categórico ao afirmar que "está um caos".
"Falta até o band-aid que você coloca depois de se vacinar. Imagino que,
em toda a história de Fortaleza, a saúde não passou por um caos e um problema
tão sério como o que estamos tendo agora. Mas, vamos enfrentar e superar",
garantiu.
O político comentou ainda que
os Centros de Atenção Psicossocial (Caps) estão "sucateados", sem
profissionais e com estrutura física que não permite que os equipamentos
atendam à população de maneira digna. "Iremos ampliar [a rede de Caps],
mas vamos, primeiro, recuperar os existentes", prometeu o prefeito eleito.
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