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Preso
preventivamente no último sábado (14), o general Walter Souza Braga
Netto foi encaminhado para a 1ª Divisão do Exército, no bairro da Vila
Militar, Zona Oeste da cidade. Conforme a legislação brasileira, militares da
reserva e da ativa têm direito a cumprir pena em dependências das Forças
Armadas, assim sendo, o comando do Exército teve de acomodar o
ex-candidato a vice de Jair Bolsonaro nas instalações da instituição.
Braga
Netto foi o primeiro general de quatro estrelas a ser preso em um período
democrático no Brasil. Segundo o jornal O Globo, no despacho em que acatou
o pedido da PF para prender o general, Alexandre de Moraes não especificou as
condições e nem o local da prisão de Braga Netto.
No
Estado-Maior do Exército, o militar tem direito a um banho de sol
e quatro refeições por dia – café da manhã, almoço, jantar e ceia. Uma
reportagem veiculada pelo “Fantástico”, da TV Globo, revelou que a cela
improvisada de Braga Netto conta com ar-condicionado, geladeira, armário e
televisão.
No
entanto, a assessoria de comunicação do Exército informou que o general está
isolado conforme as ordens de Moraes e faz as refeições dentro do quarto.
De
acordo com o Estatuto dos Militares, a reclusão de integrantes das Forças
Armadas deve ocorrer sempre em instalações militares, ainda que a determinação
ocorra por ordem da Justiça comum. O estatuto prevê ainda que o oficial preso
fique sob custódia de uma unidade chefiada por alguém de patente superior.
A
investigação
A
Polícia Federal apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil. A conclusão
do inquérito aponta uma organização criminosa que atuou de forma coordenada na
tentativa de golpe para manter Bolsonaro após derrota na eleição de 2022.
A
investigação sobre a tentativa de golpe de Estado começou no ano passado e foi
concluída em novembro deste ano. No mesmo mês, a Polícia Federal prendeu quatro
militares e um policial federal acusados de tentar matar Lula, Alckmin e
Moraes. Também indiciou 37 pessoas suspeitas de: abolição violenta do Estado
democrático de Direito, golpe de Estado e organização criminosa. Nesse grupo,
Bolsonaro, Braga Netto e dois militares cearenses.
O
“mentor do golpe” teria se reunido com o general da reserva Mario Fernandes
para receber o plano conspiratório montado pelo colega, em novembro de 2022.
Braga Netto teria aprovado o documento, após deliberação com os
tenentes-coronéis Mauro Cid e Ferreira Lima e o major Rafael de Oliveira.
O
ex-ministro também repassou dinheiro vivo aos militares das Forças Especiais,
chamados de "kids pretos", para financiar as ações criminosas. Ele
teria usado até embalagens de vinhos com essa finalidade, aponta a PF.
O que
diz a defesa
Apesar
de afirmar que vai provar a não interferência de Braga Netto nas investigações,
a sua defesa informou que vai se manifestar nos "autos após ter plena
ciência dos fatos" que levaram à prisão do militar.
"Com
a crença na observância do devido processo legal, teremos a oportunidade de
comprovar que não houve qualquer obstrução as investigações", completam os
advogados em nota
O
Centro de Comunicação Social do Exército também se pronunciou, confirmando o
cumprimento dos mandados. "O General Braga Netto ficará sob custódia do
Exército, no Comando da 1ª Divisão de Exército na cidade do Rio de
Janeiro", acrescentou.
O
Exército afirmou, ainda, que acompanha “as diligências realizadas por
determinação da Justiça e (segue) colaborando com as investigações em
curso".
Fonte:
Diário do Nordeste
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