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O
Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou nesta sexta-feira (22/11) que
todos os hospitais do território palestino correm o risco de reduzir ou cessar
completamente suas atividades “dentro de 48 horas” devido à obstrução
de Israel à entrada de combustível.
O
aviso foi emitido no dia em que o chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS),
Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse estar “profundamente preocupado com a
segurança e o bem-estar de 80 pacientes, incluindo oito na unidade de terapia
intensiva” do hospital Kamal Adwan, um dos dois que operam parcialmente no
norte do enclave.
Além
da situação envolvendo as unidades de saúde, a Organização das Nações Unidas
(ONU) expressou preocupação com cada vez mais relatos de fome. As padarias
remanescentes de Gaza enfrentam escassez de farinha e combustível, o que,
segundo o órgão internacional, tem provocado um “colapso da ordem pública e da
segurança”, com um aumento expressivo de saques.
À
emissora catari Al Jazeera, no centro de Gaza, um morador deslocado
relatou dificuldade em encontrar pão nos estabelecimentos.
“Este
é o terceiro dia que venho à Padaria Zadna e ainda não consigo comprar pão. Tenho
filhos para alimentar”, afirmou.
A ONU
e outros órgãos têm, repetidamente, manifestado preocupação em relação às
condições humanitárias de Gaza, particularmente da região norte, onde Israel
impôs um cerco, ameaçando a vida de dezenas de milhares de palestinos.
De
acordo com médicos locais, em Beit Lahia e na vizinha Jabalia, um recente
ataque israelense resultou em dezenas de mortos e desaparecidos, incluindo
muitas crianças.
À Al
Jazeera, o porta-voz da Defesa Civil Palestina, Mahmoud Basal, relatou que
“várias áreas no norte estão sendo submetidas a contínuos bombardeios
israelenses” e ressaltou que a “escassez de combustível é um grande problema
para as equipes de resgate”, uma vez que prejudica o trabalho de dar
assistência aos necessitados.
Vale
lembrar que o alerta do Ministério da Saúde em Gaza é realizado um dia depois
que o Tribunal
Penal Internacional (TPI) emitiu mandados de prisão contra o
primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa,
Yoav Gallant, por crimes de guerra cometidos no território palestino desde 7 de
outubro de 2023.
(*)
Com Ansa
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