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A abertura da Porta Santa na
Basílica de São Pedro, no Vaticano, no dia 24 de dezembro, dará início ao
Jubileu Ordinário de 2025.
O gesto de abrir a Porta Santa
é uma atitude baseada em passagens da Sagrada Escritura. “O simbolismo é
baseado na imagem que Jesus utiliza no Evangelho de João (cf. Jo 10, 7-9),
quando se apresenta como ‘a porta das ovelhas’ (v. 7) e a ‘porta que conduz à
salvação’ (cf. v. 9). Também no Evangelho de Lucas, Jesus utiliza a imagem da
porta quando exorta os seus discípulos com as seguintes palavras: ‘Procurai
entrar pela porta estreita’ (cf. Lc 13, 24)”, indica o sacerdote brasileiro que
trabalha na Secretaria de Estado do Vaticano, padre Antonio Hofmeister.
Ele explica que o gesto de
atravessar a Porta Santa durante o Jubileu é uma atitude de fé, “um sinal do
chamado feito a todo fiel cristão de ir ao Pai através de Jesus, a ‘Porta das
Ovelhas’ e o único caminho: ‘Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vai
ao Pai senão por mim’ (Jo 14, 6)”.
Padre Hofmeister destaca
inclusive que, justamente por serem símbolos desta analogia utilizada por
Jesus, o tamanho das Portas Santas nas quatro Basílicas papais são menores e
mais estreitas do que as demais portas contidas nestes templos.
A Porta Santa será aberta em
cada Basílica papal de Roma. No dia 29 de dezembro, será aberta em São João de
Latrão; na Santa Maria Maior em 1º de janeiro de 2025; e na Basílica de São
Paulo fora dos Muros, será no dia 5 de janeiro.
Curiosidades
A cada 25 anos acontece um
Jubileu Ordinário na Igreja, que começa com o gesto feito pelo Pontífice de
abrir a Porta Santa, e têm a duração de cerca de um ano. Após esse tempo, a
Porta é fechada e selada, mas permanece visível para os peregrinos que visitam
a Basílica.
“Não existe uma ‘chave’ para
abrir e fechar a Porta Santa. Ela é apenas fechada e, a parte interna da porta
é selada com tijolos e argamassa até o próximo Jubileu”, conta padre
Hofmeister.
Outra curiosidade destacada
pelo sacerdote é que, normalmente, em cima da Porta Santa fica uma placa que
indica a última vez (ou as últimas vezes) em que ela foi aberta.
Quanto à localização dessas
Portas, padre Hofmeister conta que, nas Basílicas de São Pedro, São Paulo e São
João elas ficam à direita das portas centrais. E na Santa Maria Maior, fica à
esquerda.
Simplificação do rito
Ao longo dos anos, o rito de
abertura da Porta Santa passou por mudanças, até ser simplificada por João
Paulo II.
“Até o Papa Paulo VI, o rito
possuía mais etapas, sendo que em uma delas o Papa deveria dar um golpe com um
martelo e um cinzel simbolizando o início da retirada da parede de tijolos e
argamassa que fecha a porta por dentro (depois, os operários concluíam a
retirada dos tijolos e dos restos da parede). São João Paulo II simplificou o
rito para o Grande Jubileu do ano 2000. Agora, a retirada da parede é feita com
alguns dias de antecedência, e, no momento da abertura, o Pontífice apenas
empurra as duas partes da porta para trás, deixando-a oficialmente aberta e
sendo o primeiro a passar sob o seu umbral”, explica o presbítero.
O essencial é a fé e a
conversão
Diferente de como foi no
Jubileu Extraordinário da Misericórdia, no ano 2015, quando foram abertas
“Portas Santas” em cada diocese do mundo, desta vez o gesto volta a ficar
restrito apenas às Basílicas papais. No entanto, os fiéis que não puderem ir
até Roma para passar pela porta, poderão alcançar as mesmas graças.
“Ao passar pela Porta Santa e
cumprir as demais condições para receber a graça especial, o fiel recebe a
indulgência plenária. Mas há outras formas de receber a mesma indulgência
através de outras práticas de piedade”, destaca o sacerdote.
No dia 29 de dezembro, haverá
a abertura solene do Ano Jubilar em cada diocese do mundo, e, nesta ocasião,
será anunciada a Indulgência Jubilar, que poderá ser obtida segundo as
prescrições contidas no mesmo Ritual para a celebração do Jubileu nas Igrejas
particulares, destaca o Papa Francisco na Bula de Proclamação do Jubileu.
Um sinal identificador do Ano
Jubilar, desde o primeiro Jubileu do ano de 1300, é a indulgência, que permite
“descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus” (cf. Bula papal Spes
non confundit n.23). Portanto, para viver plenamente as graças deste Ano
Santo, a Penitenciaria Apostólica publicou um decreto com
orientações aos fiéis.
“O essencial é a fé! Fé que
deve levar à contrição pelos próprios pecados e à busca de uma verdadeira
conversão, isto é, buscar viver de acordo com a própria fé, obedecendo aos
mandamentos da Lei de Deus e aos ensinamentos da Igreja. Se não vivermos de acordo
com o que acreditamos (esta é a verdadeira conversão), acabaremos acreditando
que o modo que vivemos é correto e não nos converteremos nunca”, finaliza padre
Hofmeister.
Fonte: cançãonova
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