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Nesta semana, a Aeronáutica divulgou
o relatório preliminar sobre o acidente com o avião
da Voepass , que caiu em Vinhedo ,
no interior de São Paulo no mês passado. A investigação apontou que o
desastre foi resultado de uma sequência de falhas, que começaram ainda nos
primeiros minutos de voo.
Logo após a decolagem, um dos
tripulantes identificou problemas no sistema de degelo, responsável por impedir
o acúmulo de gelo nas asas da aeronave. O sistema foi acionado, mas,
46 segundos depois, os pilotos o desligaram. Apenas uma hora depois, com os
alertas de gelo já aparecendo repetidamente, o sistema foi ligado novamente.
Durante o voo, a aeronave
enfrentou vários alertas, incluindo notificações de baixa velocidade, que
comprometem a sustentação do avião. Apesar disso, a tripulação não aumentou
a potência das hélices . Quando estavam próximos de São Paulo, o
comandante chegou a solicitar uma descida de altitude, mas não se tratava de
uma emergência — o pedido foi apenas parte do procedimento de aproximação.
O relatório detalha que o
avião perdeu desempenho devido à combinação de baixa velocidade e
acúmulo de gelo nas asas. Mesmo com os sensores emitindo alertas, a gravidade
da situação parece ter passado despercebida pela tripulação, que continuou os
procedimentos como se tudo estivesse normal até o avião não conseguir mais se
manter no ar.
Diego Amaro, piloto com larga
experiência em aeronaves ATR, explicou em entrevista ao programa 'Fantástico' ,
da TV Globo , que o desliga e religa do sistema de degelo pode
ocorrer por três motivos: falha técnica, saída da zona de formação de gelo ou
uma tentativa de resetar o sistema. No entanto, ele alertou que a demora em
reativar o sistema pode ter agravado a situação.
Na reta final do trajeto, o
acúmulo de gelo já era significativo. Mesmo com os constantes sinais de alerta,
os pilotos não perceberam o risco que estavam correndo. A situação chegou ao
ponto crítico quando a aeronave foi autorizada a fazer uma curva à direita.
Nesse momento, o avião entrou em estol, perdendo completamente a sustentação.
A Voepass informou que, de
acordo com o relatório, tanto a aeronave quanto os pilotos estavam aptos e
certificados para o voo, com todos os sistemas funcionando. A empresa reafirmou
que a segurança sempre foi sua maior prioridade e que colaborará integralmente
com as investigações.
Fonte: Ultimo Segundo
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