Foto: Reprodução |
nvestigação da Polícia Civil
mostra que membro do PCC seria dono de banco digital usado em movimentações da
facção criminosa
São Paulo — Uma aparente
prisão corriqueira por tráfico
de drogas na Grande São
Paulo, em 2023, se converteu em uma investigação que descortinou um plano
complexo usado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) para movimentar bilhões em
dinheiro e, também, financiar campanhas eleitorais.
Desde então, a Delegacia de
Investigações Sobre Entorpecentes (Dise) de Mogi das Cruzes levantou provas de
que o esquema criminoso movimentou R$ 8 bilhões, por meio de um “banco
virtual do crime” e por outras 19 empresas.
Parte do montante bilionário
também foi movimentado por membros da facção criminosa com o intuito de bancar
políticos e suas campanhas para as eleições municipais deste ano.
o Metrópoles, o delegado
Fabrício Intelizano, titular da Dise, disse neste domingo (1º/9) que um dos
alvos da investigação é o “banco do crime”. A instituição financeira pertence a
João Gabriel Yamawaki, preso no último dia 6 durante uma operação deflagrada
pela Polícia Civil.
O banqueiro é primo de
Anderson Manzini, o Gordo, que está atrás das grades desde 2002 por roubo a
banco, homicídio e extorsão mediante sequestro.
Casamento ajudou polícia
Anderson Manzini é casado
com Fabiana
Lopes Manzini, que foi presa em junho 2023, após a polícia apreender 28
quilos de maconha e oito de cocaína em uma casa, na qual ela estava hospedada
em Itaquaquecetuba.
Quando descobriram o elo de
Fabiana com Gordo, a Dise solicitou a quebra do sigilo telemático da mulher e
teve acesso às mensagens de WhatSapp dela. O teor revelou os planos do PCC para
se infiltrar na política em cidades do litoral paulista,
região metropolitana e interior do estado.
Em meio à investigação, um
banco digital, cujo responsável é João Gabriel, também entrou no radar da
polícia.
O titular da Dise acrescentou
que o PCC usou algumas contas do “banco” para “remeter valores para a compra de
drogas no Paraguai”, principal via de escoamento de cargas de entorpecentes
para o Brasil, por via terrestre, e cuja fronteira é controlada pela facção
paulista.
Indicações de políticos
As investigações mostram que
Fabiana mantinha contato com João Gabriel Yamawaki, para que ele indicasse os
candidatos que seriam financiados pelo PCC.
A mulher assumiu os negócios
do marido, desde que ele foi preso, e é apontada pela polícia como membro da
maior facção criminosa do Brasil. Nas trocas de mensagens, João Gabriel fala
para Fabiana ver com o Gordo “sobre as campanhas de vereadores”.
le menciona nomes de parceiros
da facção, disponíveis para disputar uma vaga no Legislativo, nas cidades
de Ubatuba, no
litoral, além de Mogi das Cruzes e Santo André, ambas na região metropolitana
de São Paulo.
“Fala ainda que tem interesse
em lançar candidatos em cidades da Baixada Santista, Campinas e Ribeirão Preto“, diz
trecho de relatório policial, obtido pelo Metrópoles. Os três nomes
indicados por João Gabriel já foram identificados pela polícia.
Além de ser primo de Gordo, o
primo banqueiro foi batizado na facção e seria indicado, como mostram as
investigações, para compor a Sintonia Geral dos Caixas, setor responsável pela
movimentação financeira e operações de câmbio da facção.
Ao todo, seis membros do PCC
são alvo da investigação, na qual outras 26 pessoas também estariam envolvidas
com os negócios do crime organizado.
As defesas dos suspeitos
mencionados nesta reportagem não foram localizadas. O espaço segue aberto para
manifestações
Além de ser primo de Gordo, o
primo banqueiro foi batizado na facção e seria indicado, como mostram as
investigações, para compor a Sintonia Geral dos Caixas, setor responsável pela
movimentação financeira e operações de câmbio da facção.
Ao todo, seis membros do PCC
são alvo da investigação, na qual outras 26 pessoas também estariam envolvidas
com os negócios do crime organizado.
As defesas dos suspeitos
mencionados nesta reportagem não foram localizadas. O espaço segue aberto para
manifestações.
FONTE: METROPOLÉS
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