Foto: Reprodução |
O governo não pretende reduzir
o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre o câmbio para segurar a alta
do dólar, disse nesta terça-feira (2), em Brasília, o ministro da Fazenda,
Fernando Haddad. Ele afirmou que uma comunicação melhor sobre o arcabouço
fiscal e a autonomia do Banco Central (BC) significa a principal ação
necessária para conter a desvalorização do real.
“Não sei de onde saiu esse
rumor [do IOF]. Aqui na Fazenda, estamos trabalhando uma agenda eminentemente
fiscal com o presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] para apresentar a ele
propostas para cumprimento do arcabouço em 2024, 2025 e 2026. Eu acredito que o
melhor a fazer é acertar a comunicação, tanto em relação à autonomia do Banco
Central, como o presidente fez hoje de manhã, quanto em relação ao arcabouço
fiscal”, declarou o ministro após reunião com deputados para discutir a
regulamentação da reforma tributária.
Após fechar a segunda-feira
(1º) a R$ 5,65, o dólar continuou a subir nesta terça-feira (2). A cotação
abriu em pequena baixa, caindo para R$ 5,63 nos primeiros minutos de
negociação, mas chegou a R$ 5,68 por volta das 13h.
Rigidez do arcabouço fiscal
Haddad reiterou a necessidade
de melhoria na comunicação. “Não vejo nada fora disso, autonomia do Banco
Central e rigidez do arcabouço fiscal. É isso que vai tranquilizar as pessoas.
Uma atenção mais em comunicação do que de outra coisa”, argumentou.
Atualmente, quem faz qualquer
operação cambial - como compra no cartão no exterior - paga 4,38% de IOF. Para
compra de moeda estrangeira em espécie, a taxação é de 1,1% e deve ser zerada
em 2028.
Até 2022, incidiam 6% de IOF
sobre empréstimos de até 180 dias, mas a taxa foi zerada naquele ano. O Brasil
está diminuindo a tributação sobre o câmbio como compromisso para o país entrar
na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Haddad reiterou que se
encontrará nesta quarta-feira (3) com o presidente Lula para tentar avançar em
um plano de revisão de gastos e de cortes de despesas. Segundo o ministro, o
presidente está preocupado com a alta da moeda norte-americana.
“Ele [Lula] está preocupado.
Ele elogiou o arcabouço fiscal, elogiou a autonomia do Banco Central e é nessa
linha que nós vamos despachar com ele amanhã. Esses rumores, sinceramente, eu
penso que [partem] de gente interessada. Eu não sei de onde saem essas
questões. Não é normal. Quando me perguntam eu respondo aquilo que nós estamos
trabalhando. Nós estamos trabalhando na agenda fiscal”, concluiu o ministro.
Fonte: Agencia Brasil
Edição: Kleber Sampaio
0 Comentários