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Parte da população de Fortaleza tem
levantado questionamentos sobre o nível da maré. Nas redes sociais, alguns
comentários classificaram a faixa da praia na altura do espigão do Náutico
como “a mais baixa que já vi”, na última quinta-feira (6). Embora possa
passar a sensação de estar inferior ao normal, o nível da água no litoral do
Ceará está dentro do esperado, apontam especialistas ouvidos pelo Diário
do Nordeste.
Como explica Carlos Teixeira, doutor em Oceanografia e professor do Instituto de Ciências do Mar (Labomar) da Universidade Federal do Ceará (UFC), a quinta-feira (6) marcou o início da fase da Lua Nova, período em que as marés mais baixas ficam menores e as mais altas ficam maiores, na comparação com outros períodos do ano.
“As alturas das marés variam ao longo do tempo, temos esse sobe e desce a cada 12 horas, mas também temos variações semanais, quinzenais e mensais. Temos marés de maiores amplitudes durante luas cheias e luas novas. Pela previsão do ano, nós ainda vamos ter situações em que a maré estará cerca de 30 centímetros mais baixa do que vemos hoje”, indica.
Outro fator que influencia a maré, complementa o pesquisador, é a proximidade da Terra com a Lua. O fenômeno ocorre devido ao eixo de rotação da Terra e sua posição em relação ao satélite natural. “Quanto mais próximo a gente está chegando disso, maiores as amplitudes das marés (mais altas e mais baixas) também”, explica Carlos.
POSSÍVEL TSUNAMI?
Uma publicação sobre a maré baixa na capital cearense já registrou mais de 45 mil curtidas e 2 mil comentários. Muitos usuários alegaram que o mar estaria se “preparando” para vir com mais força, citando um possível tsunami.
De fato, o mar recua antes de tsunamis,
mas a chance desse tipo de evento extremo no litoral cearense é próxima de
zero, esclarece Carlos Teixeira. “Quando vem um tsunami, o mar recua muito e de
forma rápida, em alguns poucos minutos, até vir a onda, o que não é o caso. A
probabilidade é muito baixa, a gente tem que se preocupar com outras coisas”,
enfatiza.
A baixa possibilidade é reforçada pela ausência de fatores que poderiam motivar eventos extremos no litoral, como erupções vulcânicas e terremotos. Nesse sentido, Paulo Sousa descarta essa possibilidade. “As ondas quando vão quebrar elas puxam parte da água. Esse é o grande recuo nos tsunamis, o que não faz sentido nenhum aqui, já que não houve nenhum abalo sísmico”, complementa.
Fonte: Diário do Nordeste
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