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Apagões massivos de
comunicação por ondas curtas de rádio foram sentidas neste fim de semana
no Círculo
Polar Ártico, devido a um evento de absorção da calota polar profunda (PCA). Esse é um fenômeno que explosões solares mais fortes
podem provocar na Terra.
As zonas vermelhas no mapa
acima mostram onde as transmissões de ondas curtas foram sendo absorvidas.
“Frequências abaixo de 15 MHz estão quase completamente apagadas, enquanto
qualquer coisa abaixo de 35 MHz está sendo atenuada, pelo menos um pouco”, diz
a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com.
Esta foi uma consequência da
explosão solar de grau quase máximo ocorrida no sábado (8).
A
antiga mancha solar AR3664, provisoriamente designada AR13664 e agora definida
como AR3697, gerou uma explosão solar de classe M9.7;
As
explosões são classificadas em um sistema de letras pela Administração Nacional
Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) – A, B, C, M e X – com base na
intensidade dos raios-X que elas liberam, com cada nível tendo 10 vezes a
intensidade do anterior;
A
classe M, no caso, denota os clarões de intensidade moderada, enquanto o número
fornece mais informações sobre sua força. Um M2 é duas vezes mais intenso que
um M1, um M3 é três vezes mais intenso, e, assim, sucessivamente;
Logo,
a erupção em questão estava no limite para o tipo mais poderoso;
Prótons
acelerados pela explosão agora estão atingindo a Terra;
O
campo magnético do planeta canaliza essas partículas em direção aos polos, onde
seu efeito ionizante causa a absorção de rádio de ondas curtas. O evento de
absorção pode durar dias;
A mancha solar AR3697 está atualmente posicionada no Sol de forma que se torna magneticamente bem conectada à Terra. Como resultado, os prótons acelerados pela explosão estão em espiral em nossa direção, “nevando” no topo da atmosfera da Terra, bem como todas as espaçonaves próximas ao planeta.
O vídeo acima foi produzido
com dados do coronógrafo do Observatório Solar e Heliosférico (SOHO), uma
parceria entre a NASA e
a Agência Espacial Europeia (ESA). Cada partícula de “neve” que vemos é causada
por um próton energético atingindo a câmera da espaçonave.
Satélites podem enfrentar
problemas na órbita da Terra
Através do nevoeiro, é
possível ver uma ejeção de massa coronal (CME) – jato de plasma solar –
brilhante emergindo do local da explosão. Esse jato passará pela Terra na
segunda-feira (10).
Segundo
o Spaceweather.com, no momento, a tempestade de radiação é de categoria S2
(Moderada), vários níveis abaixo do pico da escala.
Ainda de acordo com a plataforma, o evento não representa uma ameaça para
astronautas ou aeronaves.
No
entanto, esta tempestade contém uma fração excepcionalmente alta de prótons
“pesados” com altas energias > 100 MeV. Prótons pesados podem atingir corpos
de naves espaciais, embaçar suas câmeras e causar reinicializações de
computadores de bordo. Não seria uma surpresa haver relatos de pequenos
problemas de satélite nos próximos dias.
De
acordo com previsões da NOAA, tempestades geomagnéticas da classe G2 –
considerada moderada em uma escala que vai de G1 a G – podem ser causadas se
houver uma colisão da CME com a atmosfera.
Um
impacto direto do material provavelmente causaria uma tempestade geomagnética
severa. No entanto, como o contato será apenas “de raspão”, são esperadas no
máximo tempestades moderadas.
Fonte: Olhar Digital
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