![]() |
| Foto: Reprodução |
Os
pais da vítima relatam que não é a primeira vez que ela enfrenta racismo em
escolas por onde passou e pedem mais rigor na punição
O
Colégio Sigma informou que o estudante que proferiu as ofensas recebeu uma
sanção disciplinar. - (crédito: Reprodução/Unsplash)
A
família de um adolescente de 14 anos denuncia um episódio de racismo cometido
por outro aluno durante um jogo de futebol em um colégio particular localizado
na Asa Sul. O crime ocorreu em 18 de março no Colégio Sigma, mas se repetiu no
dia seguinte, quando a vítima foi novamente hostilizada e xingada na
escola. Entre as ofensas, o adolescente ouviu agressões como "volta
para a senzala" e "volta para a África", além de mais adjetivos
racistas.
Ao Correio,
o Colégio Sigma informou que o estudante que proferiu as ofensas recebeu
uma sanção disciplinar e que o caso foi encaminhado ao Conselho Tutelar. Já os
pais da vítima cobram mais rigor.
"Eu
vi meu filho muito diferente, muito amuado. Ele então nos contou que vinha
sofrendo ataques racistas", conta Luiz Cláudio Oliveira, pai do menino,
ao Correio. A ação imediata dos pais foi procurar a diretoria do colégio,
além de abrir um boletim de ocorrência na delegacia.
Crescem
casos de injúria e racismo no Distrito Federal
País
tem dificuldades em perceber o racismo; saiba a razão
A
resposta tomada pela escola foi dar três dias de suspensão ao agressor e
fazê-lo escrever redações sobre a pauta antirracista, conta Sabryna Melo, mãe
da vítima. O colégio alegou que era o que poderia ser feito de acordo com o
Estatuto da Criança e do Adolescente.
A
vítima chegou a mudar de escola quando era mais nova, também por conta de
ataques racistas. Desta vez, os pais não querem tomar a mesma atitude.
"Meu filho não é o causador do problema, ele é a vítima. Não é ele quem
precisa sair. Não vou separá-lo dos amigos e fazer uma ruptura na rotina por
algo que ele sofreu", explica Sabryna.
Cobrado
a se posicionar efetivamente contra o racismo, o colégio promoveu uma palestra
antirracista. No entanto, o quórum foi baixo. "Se não conseguirmos mudar
essa geração, não tem como acabar com o racismo. 500 anos já, quanto mais temos
que aguentar?", indaga Luiz Cláudio.
"Quando
você manda o meu filho ir para a senzala você açoita a família inteira. É
doloroso, é de colocar o filho na cama e chorar depois", expõe Sabryna.
O
Colégio Sigma, onde estuda o adolescente, foi procurado pelo Correio. Em
nota, a instituição informou que tem compromisso com a educação antirracista.
"Em relação ao episódio citado, o colégio informa que tem prestado todo o
atendimento e acolhimento às famílias e aos alunos envolvidos. O estudante, que
proferiu as ofensas, recebeu a sanção disciplinar. O caso foi encaminhado pela
escola ao Conselho Tutelar".
O Correio também
busca contato com a Secretaria de Educação do Distrito Federal em busca de um
posicionamento sobre o caso. Em caso de respostas, a matéria será atualizada.
Fonte: EU Estudante

Postar um comentário