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| Foto: Reprodução |
Uma sessão especial do Senado,
nesta segunda-feira (13), celebrou o Dia da Educação Profissional e
Tecnológica, comemorado em 23 de setembro. A solenidade foi requerida pelo
senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP), que considerou o evento uma
oportunidade para reconhecer a importância e promover a conscientização sobre a
necessidade de investimentos e políticas públicas efetivas para o
fortalecimento dessa modalidade de ensino.
— O ensino profissionalizante
é uma transformação de vida. É dar oportunidade aos jovens, especialmente
àqueles em condições de vulnerabilidade social, de realizarem sonhos, terem
empregos, suas empresas, desenvolver atividades que vão transformar suas
histórias e tirá-los de condições difíceis. Foi o que aconteceu comigo — disse
Pontes, que conduziu a sessão.
Para o senador, o Brasil
enfrenta o desafio de ampliar o acesso à educação profissional e tecnológica,
alinhando-se às metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE).
Segundo o parlamentar, embora em anos anteriores o país tenha registrado
melhora significativa de matrículas na educação profissional técnica de nível
médio, o PNE estabelece metas mais ambiciosas, visando ao aumento substancial
no acesso a essa modalidade de ensino até 2024, especialmente na rede
pública.
— Nesse contexto, é relevante
destacar o papel do Sistema S, em especial o Serviço Nacional de Aprendizagem
Industrial (Senai) e o Serviço Social da Indústria (Sesi), que ao longo da
história têm desempenhado um papel fundamental na formação de milhões de
profissionais, contribuindo para o desenvolvimento da indústria brasileira e
para o fortalecimento da educação profissional no país. Essas instituições,
juntamente com outras organizações de ensino, oferecem expertise e estrutura
para apoiar os esforços conjuntos entre governos, sociedade civil, iniciativa
privada e terceiro setor, visando alcançar as metas estabelecidas pelo
PNE.
'Luta árdua'
O senador Izalci Lucas
(PSDB-DF) disse que "é árdua" a luta pela promoção da educação
profissional e tecnológica. Ele revelou ter estudado em uma boa escola pública,
na década de 1970, mas lamentou o fato de, atualmente, somente cerca de 18% dos
jovens brasileiros conseguirem entrar nas universidades, enquanto os demais
permanecem sem ocupação. Ao afirmar que o mercado de trabalho precisa de
técnicos, o parlamentar considerou fundamental transferir para a pasta da
Ciência e da Tecnologia a missão de promover a formação profissional e
tecnológica.
— Na (pasta da) Educação, [o
ensino técnico] não será nunca prioridade. Fica sempre em segundo plano. Se não
fosse o sistema S (Sesc, Sesi e Senai), estaríamos com ainda mais sérias
dificuldades. No Brasil não há política de Estado, mas apenas de governo, e
cada um que assume faz questão de arruinar o que foi feito na gestão anterior,
sem haver uma sequência. A formação é uma responsabilidade de Estado, e a gente
não tem isso. (...) Educação profissional é o caminho — avaliou.
Ensino médio
Para Marcos Pontes, o novo
ensino médio é uma oportunidade para reverter o cenário desfavorável no Brasil
de uma das piores taxas de formação técnica e profissional entre os formandos
do ensino médio. A integração da educação profissional com o ensino regular,
proposta pelo novo ensino médio, possibilita aos estudantes o acesso a uma
formação mais adequada às demandas do mercado de trabalho, preparando esses
jovens de forma mais efetiva para os desafios da vida profissional, disse o
senador.
— Vale ressaltar que foi
aprovada, no último mês de julho, aqui nesta Casa Legislativa, a Frente
Parlamentar em Favor da Educação Profissional e Tecnológica. A iniciativa, de nossa
autoria, tem o objetivo de reforçar o comprometimento com o fortalecimento e o
avanço da educação profissional no país, buscando promover políticas e ações
que impulsionem essa modalidade de ensino e proporcionem oportunidades de
formação qualificada para os estudantes brasileiros.
O senador Wellington Fagundes
(PL-MT) reforçou a importância da educação profissionalizante, especialmente
para os jovens “ajudarem no orçamento de suas famílias”. Ele também destacou a
criação da Frente Parlamentar em Favor da Educação Profissional e
Tecnológica salientando que a principal premissa do grupo é fortalecer
essa política, buscando investimentos expressivos para o setor.
— Precisamos de ações
efetivas, preparar nossa juventude para o futuro tão competitivo que temos,
então, grande é o nosso desafio.
União
O secretário de Educação
Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), Getúlio Marques
Ferreira, defendeu a união entre todas as instituições de ensino do país, de
modo a possibilitar a participação de alunos de escolas públicas e privadas em
competições variadas em nível de igualdade. E disse que o governo tem buscado
valorizar aos centros brasileiros de excelência em formação técnica e
profissional. Ele considerou a sessão especial do Senado uma oportunidade para
mostrar que há um caminho para a educação no Brasil: o ensino médio integrado
com a educação profissional.
— Todos os números apontam
para isso porque educação profissional tem todo um diferencial. O ensino médio
pode ser o melhor sozinho, mas quando ele faz esse ‘melhor’ sozinho e
acrescenta a educação profissional, a gente vê uma significativa diferenciação,
seja na empregabilidade, seja no acesso a um ensino de nível superior.
Também participaram da sessão
o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), André Vicente de
Sanches, a gerente de Programas e Diretrizes Educacionais do Senac, Kelly
Teixeira, o superintendente de Educação Profissional e Superior do Senai,
Felipe Esteves Pinto Morgado, e a diretora-superintendente do Centro Paula
Souza (Etec e Fatec), Laura Margarida Josefina Laganá.
Fonte: Agência Senado

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