Legenda: As pessoas deverão portar documento ou declaração subscrita que comprove a necessidade de deslocamento.
O governador Camilo Santana prorrogou o decreto de
isolamento social rígido por mais uma semana no Ceará, que passa a
ter validade até dia 28 de março. A decisão não surpreendeu o setor comercial,
que permanece sob restrição de funcionamento, mas continua sendo preocupante
diante dos impactos de faturamento e demissões já sofridos nas últimas duas
semanas de lockdown, segundo o presidente da Federação das Câmaras de
Dirigentes Lojistas do Ceará (FCDL), Freitas Cordeiro.
O decreto continua permitindo
funcionamento apenas de atividades essenciais. Portanto, a maior parte do
comércio ficará fechada.
“Isso tem impactado muito negativamente
para essas empresas. É um quadro muito caótico, nós estamos fazendo aqui um
esforço grande para controlar, não tem sido fácil”, salientou Cordeiro.
Para tentar escapar da crise, o
presidente da FCDL afirma que a “estratégia é procurando qualquer alternativa
de sobrevivência”. Uma delas é recorrer a linhas de financiamento
bancário, porém, segundo Freitas Cordeiro, já não é suficiente.
“Nós
procuramos o Banco do Nordeste como Federação, levamos para essas empresas uma
linha de renegociação que o banco tem bem interessante para vários tipos de
financiamento. Isso é um alento, não resolve, está mais na expectativa. E
também linha de crédito diferenciada. Muitos já não podem mais ter acesso a
essa linha de crédito porque não tem mais nenhum cadastro que justifique a
concessão do crédito. Situação difícil”, declarou.
Para
o segmento de bares e restaurantes, autorizado
a funcionar apenas por delivery, a situação é ainda mais
dramática. Pesquisa divulgada hoje pela Abrasel mostra que
76,1% das empresas já não possuem mais recursos para pagamento dos
funcionários, 78,4% não conseguem honrar o aluguel, ou já estão em dívida e
65,7% estão em atraso ou não mais pagarão os seus fornecedores.
O presidente da Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes no Ceará (Abrasel-CE), Taiene Righetto,
Righetto destacou a
importância da iniciativa do governo estadual para o pagamento
de dívidas relacionadas ao fornecimento de água e energia de
estabelecimentos de pequeno porte, mas lamentou que ainda não haja definição
quanto ao programa federal de apoio, o Programa Emergencial de
Manutenção do Emprego e da Renda (BEm).
“Isso (medidas do governo
estadual) é muito importante. Eu espero também que essa sensibilização venha
quando a gente puder retornar. A gente sabe que o momento é muito complicado
também na saúde, claro, mas quando vier, eu espero também e tenho pedido muito
ao Governo do Estado, que essa mesma atenção importante que ele está dando
agora seja dado também na retomada”, frisou.
Uma
das principais expectativas da Abrasel em negociações com o Governo do Estado é
sobre a distribuição do Selo Lazer Seguro para os estabelecimentos do setor na
retomada do funcionamento, indicando quais estarão cumprindo rigorosamente os
protocolos sanitários.
“Vai mudar bastante o
tratamento no quesito de protocolos que deve dar muito mais segurança do que já
existe hoje dos restaurantes. Acho que vai permitir a gente trabalhar com muito
segurança. Estou apostando muito nessa conscientização da população, nesse
momento de sensibilização, para que a gente possa voltar o mais rápido possível
a trabalhar, sob pena mesmo da gente ser extinto do mercado”, comentou.

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